Podcast: RH estratégico com Caio Jardim (iFood)

Recursos Humanos

5 de jun.

Neste episódio do RH no Divã, Rafaela Frankenthal, CEO e co-fundadora da SafeSpace conversa com Caio Jardim, Head de RH no iFood. Caio traz uma perspectiva inovadora e estratégica, moldada por sua experiência como empreendedor e passagem por áreas como marketing e growth, que o faz se autodenominar um “intruso no RH".

Essa conversa explora a trajetória profissional dele, oferece insights valiosos sobre a gestão de pessoas e liderança, e discute as tendências que moldam o ambiente de trabalho atual e futuro. Você descobrirá como o RH pode se tornar um parceiro estratégico essencial para o negócio e a importância de soft skills no cenário corporativo.

🔊 Para ouvir o conteúdo, é só clicar no player abaixo.

Se você preferir, pode conferir um resumo deste episódio.

A transição de carreira do Caio para o RH aconteceu na ZUP, impulsionada pela necessidade urgente de crescimento. A empresa precisava contratar 1.200 pessoas em um ano, um desafio que se somava à escassez de profissionais de RH com um perfil híbrido de negócios e gestão de pessoas. Diante dessa lacuna, Caio assumiu a liderança, aplicando sua experiência em growth e vendas ao processo de recrutamento. Essa abordagem inovadora resultou em um crescimento exponencial das contratações anuais, demonstrando como uma perspectiva estratégica e um olhar "de fora" podem transformar a área de Recursos Humanos.

O RH: de Suporte a motor estratégico do negócio

💡Para Caio, o RH precisa ir além da excelência em processos; ele defende um RH verdadeiramente estratégico, que esteja profundamente conectado aos objetivos da empresa. A essência desse RH reside na capacidade de influenciar decisões e assumir riscos calculados, sendo, acima de tudo, proativo.

“O RH precisa ocupar seu espaço e ser o catalisador de mudanças que impulsionam o crescimento”

— Caio Jardim

Para se tornar esse protagonista e se afastar da imagem de um “departamento secundário”, o RH deve adotar pilares como:

Conexão Profunda com o Negócio: profissionais de RH precisam sair da bolha, entendendo o core business da empresa, suas metas, desafios e o mercado. A experiência de Caio em marketing e growth, por exemplo, o ajudou a aplicar a lógica de escala e resultados ao recrutamento, exemplificando essa integração.
Impacto Direto nas Metas e Decisões: um RH estratégico influencia diretamente as metas da empresa, envolvendo-se ativamente em decisões que afetam o desempenho, como estruturação de equipes, retenção de talentos e desenvolvimento de líderes. Assim, o RH se torna um parceiro que contribui diretamente para o sucesso da organização.
Proatividade e Assunção de Riscos: em vez de esperar demandas, o RH deve antecipar problemas, propor soluções e até mesmo assumir riscos calculados. A decisão de acelerar contratações na ZUP, mesmo com o risco de maior turnover, foi uma ousadia estratégica que impulsionou o crescimento.
Diálogo e Influência: um RH estratégico possui capacidade de diálogo e troca com os líderes, influenciando suas decisões. Isso exige não apenas conhecimento técnico, mas poder de persuasão e um entendimento aprofundado do contexto da empresa, fazendo com que suas recomendações ganhem peso e relevância.

Soft skills essenciais para líderes de alta performance

🔦 Quando o assunto é liderança, Caio aponta duas soft skills como cruciais para atingir um alto nível de competência: adaptabilidade e a convergência entre capacidade de aprender e autoeficácia.

Adaptabilidade: fundamental em um mundo VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo), essa habilidade é a capacidade de se ajustar rapidamente a novas realidades, tecnologias, mercados e culturas. Um líder adaptável inspira segurança e resiliência na equipe, conseguindo navegar por ambientes imprevisíveis sem perder o rumo.

Convergência entre Capacidade de Aprender e Autoeficácia: este é um ponto mais profundo. A "capacidade de aprender" é a predisposição para adquirir novos conhecimentos, enquanto a "autoeficácia" é a convicção de que se tem a capacidade de realizar algo – ou, como Caio a define, "saber o quanto que eu não sei". Para desenvolver essa autoeficácia, é preciso entender os próprios gaps e buscar a formação necessária.

“Quanto você consegue entender daquilo que você não sabe, mais você consegue se preparar para fazer movimentos de buscar essa capacidade, buscar essa formação e desenvolver essa competência que você ainda não tem no nível que você busca.”

— Caio Jardim

Além dessas habilidades, Caio reforça a importância da escuta ativa e da empatia. Um líder que realmente ouve sua equipe e compreende suas necessidades constrói relações de confiança e motivação. O investimento de tempo no time, como Caio aconselha, é um catalisador de resultados, não um custo.

Para levar: conselhos para RH e liderança

É fundamental que profissionais de RH se aprofundem no negócio e nas áreas que atendem, conectando-se diretamente com a estratégia da empresa. Para líderes que almejam equipes de alta performance, a mensagem é simples: investir tempo no time é um catalisador de resultados, não um custo.

A trajetória e as reflexões de Caio Jardim nos lembram que, no universo do RH e da liderança, a capacidade de adaptação, a busca pelo aprendizado contínuo e a disposição para inovar são os pilares para construir equipes de alta performance e impactar positivamente o negócio.

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