Podcast: canal de denúncia como prevenção ao assédio

Neste episódio do RH no Divã, nós vamos conversar com a Caroline Santos, coordenadora e especialista em programas e práticas de gestão de conduta, sobre o uso estratégico do canal de denúncias como ferramenta crucial na prevenção e combate ao assédio no ambiente de trabalho.

Embora muitas empresas afirmem ter tolerância zero ao assédio, a eficácia de um canal de denúncias depende de sua implementação estratégica. Não basta somente disponibilizar um canal, é crucial criar um ambiente de confiança e transparência para que os colaboradores se sintam seguros ao denunciar casos de assédio.


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O assédio no trabalho impacta a saúde mental, emocional e profissional, além de prejudicar a cultura e a produtividade. A crescente discussão, impulsionada pela atualização da NR-1 para ambientes mais saudáveis, esbarra no medo, na falta de informação e no desconhecimento das vítimas sobre como e a quem denunciar o assédio.

📢 Segundo a Caroline, um canal de denúncias só é eficaz se implementado estrategicamente, com uma linguagem acessível e ações contínuas ao longo do tempo. Ele não deve ser visto apenas como uma ferramenta fria para cumprir requisitos regulatórios, mas sim como parte de um plano de ação para tratar e prevenir problemas como assédio e discriminação.

⚠️ O canal de denúncias, por si só, não resolve o problema do assédio. É fundamental que a empresa trabalhe a cultura organizacional, envolvendo valores, comportamentos e práticas que promovam um ambiente seguro e respeitoso. A liderança tem um papel crucial nesse processo, e ações direcionadas a ela são essenciais para a melhoria da cultura.

O canal de denúncias, ele é uma ferramenta crucial para garantir, de fato, ali para as pessoas de que elas fazem parte daquele ambiente, de que a voz delas vai ser ouvida e de que elas são os maiores aliados, no fim das contas, de um bom programa ali de contenção de riscos
— Caroline Santos

⛈️ A falta de denúncias não significa necessariamente a ausência de problemas, mas pode indicar falta de confiança dos colaboradores. Políticas de não-retaliação, o comportamento da empresa na prática e como ela lida com problemas relatados são fatores que influenciam a confiança. É importante que a empresa demonstre que se importa e trate as denúncias com seriedade.

⚠️ A atualização da NR-1 exige que as empresas identifiquem e gerenciem os riscos psicossociais, incluindo o assédio. Empresas que não previnem ou respondem a denúncias podem ser responsabilizadas legalmente. No entanto, o impacto reputacional e os custos relacionados a indenizações, afastamentos e baixa produtividade podem ser ainda maiores do que multas administrativas.

O fato de não se adequar à NR-1 leva a outros prejuízos que podem ser imensuráveis, incluindo o impacto reputacional.

Existem muitos outros custos que, honestamente, a empresa deve se atentar muito mais do que simplesmente o fato de esperar uma fiscalização só para 2026.
— Caroline Santos


💡 O acolhimento da vítima é o primeiro passo após o recebimento de uma denúncia de assédio, e o fluxo de apuração deve ser seguido, garantindo a imparcialidade e o anonimato. O comitê responsável pela deliberação também deve preservar a identidade da pessoa. Os treinamentos para as equipes de gestão do canal são importantes, pois apurar casos de assédio não é o mesmo que apurar outros tipos de denúncias.

📢 Além de casos graves como assédio sexual e discriminação, os canais podem receber relatos de conflitos interpessoais e mal-entendidos. A forma como a empresa lida com esses casos depende de seus objetivos. Se o objetivo é mitigar riscos desde a raiz, é importante receber tudo o que possa ferir o código de ética e conduta da empresa.


 

💭 É essencial que as pessoas colaboradoras saibam que o canal existe, como usá-lo e se sintam encorajadas a fazê-lo. Estratégias de comunicação eficazes incluem cartazes, intranet, site e menção do canal em treinamentos e ações da CIPA. O canal de denúncias deve estar de fácil acesso para todos na empresa.

🛑 A atualização da NR-1 exige que empresas gerenciem riscos psicossociais, como estresse e assédio moral. As lideranças precisam ser capacitadas para identificar e lidar com esses riscos, promovendo um ambiente de trabalho saudável e seguro.


Quer entender como tornar o ambiente de trabalho mais saudável e assim aumentar a produtividade e o engajamento das pessoas colaboradoras da sua empresa? Acompanhe as nossas redes sociais e confira os nossos conteúdos!


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