Ambiente de trabalho seguro: como construir?
Você sente que sua empresa possui um ambiente de trabalho seguro, seja ele online ou presencial?
Quando falamos em vivência em grupo dentro do espaço laboral, falamos diretamente sobre como a organização desenvolve sua cultura.
Esse é o pilar que distingue boas companhias das excelentes. Afinal, é um fator determinante para as pessoas colaboradoras sentirem que faz sentido investir seu tempo ali.
Para isso, os setores de RH e Compliance devem integrar ações e medidas culturais de maneira proativa, a fim de mitigar riscos e construir um espaço saudável e inclusivo para todas as pessoas.
Mas afinal, o que caracteriza um ambiente de trabalho seguro e saudável? Como promover o comportamento seguro neste espaço?
Neste artigo, compartilhamos práticas e insights importantes para você dominar este tema.
O que é um ambiente de trabalho seguro?
Um ambiente de trabalho seguro é aquele em que todas as pessoas que o compõem sentem-se confortáveis para expor ideias e ser quem realmente são. Isso sem se preocupar com ações enviesadas que podem ser emocionalmente prejudiciais e violentas.
Ações que garantam uma cultura organizacional ética e inclusiva, causam impacto direto no dia-a-dia das pessoas colaboradoras, principalmente quando falamos em manutenção do bem-estar e qualidade de vida. A justificativa é simples: passamos, pelo menos, 8 horas por dia trabalhando. O espaço de trabalho influencia diretamente na saúde mental das pessoas.
Para além dos benefícios individuais, um espaço de trabalho seguro e saudável também auxilia na manutenção de equipes de alta performance. O engajamento e disposição para o trabalho aumentam quando as pessoas se sentem seguras e participantes da construção da cultura organizacional. .
E equipe engajada é sinônimo de agilidade, sincronia e fluidez. Já os resultados na prática são vistos em:
Retenção de talentos;
Diminuição do turnover;
A imagem da companhia no mercado;
Maior visibilidade e agilidade na resolução de problemas de conduta.
Segundo um estudo divulgada pelo IMA, tanto profissionais (76%), quanto empregadores (81%), julgam essencial ter um ambiente de trabalho que gere experiências enriquecedoras e que tenha uma cultura de aceitação entre equipes.
Já a Pesquisa Salarial Robert Walters 2022 destaca que para uma cultura organizacional positiva, a autonomia laboral e o devido reconhecimento estão entre os valores que as pessoas mais priorizam.
Ainda sobre os fatores que caracterizam um ambiente de trabalho saudável e seguro, um levantamento da Korn Ferry revela que 32% das pessoas abandonariam seus empregos para se livrar de uma cultura tóxica.
A mesma fonte também aponta que, das pessoas colaboradoras que permanecem nos seus cargos, 28% é porque julgam seu trabalho recompensador. Outros 26% por terem bons colegas e serem bem gerenciados.
E como começar a construir um ambiente de trabalho seguro e saudável?
As empresas têm responsabilidade direta sobre a saúde mental de quem faz parte da sua equipe, sendo que o papel do RH junto ao setor de Compliance é essencial para promover um ambiente de trabalho seguro.
Estudar, escutar e reconhecer a pluralidade do quadro de pessoas colaboradoras são passos importantes nessa direção.
A partir desse entendimento, uma série de ações podem ser desenvolvidas, como:
Passo 1: comece com a comunicação
Para esse primeiro passo, estamos falando em escuta ativa e comunicação inclusiva. Querer ajudar alguém nem sempre faz sentido se o esforço não for direcionado de acordo com a perspectiva da pessoa que precisa ser auxiliada ou acolhida.
E uma comunicação eficiente, com curiosidade e interesse verdadeiro, pode ajudar. Assim entende-se o que realmente pode ser feito.
Nós explicamos: imagina que um time quer preparar uma festa surpresa para comemorar a meta que foi batida e organizam um encontro para comemorar, mas um dos membros da equipe tem hipersensibilidade auditiva e não consegue frequentar locais com barulho alto.
O restante da organização só poderia saber disso por meio da comunicação, com perguntas sinceras sobre o que todos gostariam de fazer para comemorar o resultado.
Até mesmo no momento de montar um pacote de benefícios para a equipe é importante considerar que estes precisam fazer sentido para todos. E a melhor forma de encontrar essas respostas, é abrir espaço para que as pessoas colaboradoras se manifestem.
Passo 2: reconheça a diversidade como riqueza
Um ambiente só é realmente seguro quando as pessoas não se sentem intimidadas umas com as outras. E a diversidade é uma aliança importante para isso.
Será que uma mulher se sentiria à vontade para manifestar ideias em uma sala de reunião em que ela é a única em meio a 10 homens?
Será que uma pessoa trans sente-se bem declarando que a usabilidade de um produto não faz sentido para pessoas LGBTQIAPN+ quando ela é a única pertencente à comunidade dentro do seu negócio?
São questionamentos iniciais que podem ser feitos, mas a lógica é a mesma.
Ter contato e conhecer realidades diferentes é importante porque amplia a visão que se tem da sociedade e das suas relações. Para isso, pessoas de contextos diversos precisam estar presentes e ter receptividade para contar suas histórias.
Ao conhecer o outro lado de uma história, pode ser que descubra coisas que jamais pensou sobre.
Passo 3: dê espaço para que todas as pessoas possam sugerir
Se a organização já conta com uma boa comunicação e ampliou a diversidade do time, mas ainda assim nem todos mostram-se interessados em expor novas ideias, vale pensar:
Nesse espaço de trabalho, as pessoas sentem que suas sugestões são consideradas?
Este passo pode ser decisivo na criação de um local seguro. O que não significa que todas as ideias trazidas precisam ser implementadas, mas se alguém fez questão de propor algo é ideal que aquele ponto seja levado a sério.
Uma boa forma de praticar este passo é evitar descartar de imediato uma proposta feita. Se foi feita diretamente a você, seja você uma pessoa líder ou colega de equipe, mostre que pensou sobre aquilo, que vai levar a ideia adiante se fizer sentido.
Mostre gratidão genuína pela ideia encoraje os membros da sua empresa a exporem mais do que pensa.
Passo 4: desenvolva as lideranças
A construção de um ambiente de trabalho seguro está diretamente relacionado às lideranças. Estas precisam ser devidamente capacitadas para colaborar na construção da cultura organizacional e evitar cultura tóxica.
Quem ocupa cargos de gestão precisa saber se posicionar diante de comportamentos inadequados. Isso significa saber reconhecer possíveis problemas no dia a dia das equipes, intermediar conflitos de forma imparcial por meio das diretrizes do código de conduta e acolher pessoas que passem por desconfortos.
De acordo com uma pesquisa divulgada pela Feedz, a cada 10 profissionais que saem de um emprego, oito apontam suas lideranças como o motivo. Ou seja, quem lidera tem em suas mãos uma grande responsabilidade!
Por isso, setores de RH e Compliance devem investir em desenvolvimento para a gerência. A gestão precisa ser capacitada para tomar decisões conscientes, promover um local saudável à equipe e estimular uma cultura justa, equitativa e ética.
Passo 5: a cultura de feedback é uma grande aliada
Não é segredo que feedbacks podem fazer mágica. Mas é importante que sejam construtivos. Tanto os positivos quanto os negativos precisam fazer sentido para a estratégia da empresa, seja com base no propósito, nos valores organizacionais, em iniciativas de negócios ou evolução profissional.
Dar um feedback com base em emoções pessoais pode não ser uma boa ideia.
Neste caso, pense sempre que seu feedback para alguém tem que vir de um lugar bom de dentro de você e que a sua intenção é criar um espaço mais sadio e inovador. Por exemplo, imagine que uma pessoa conversa usando um tom muito baixo de voz que não te agrada e você decidiu conversar com ela sobre isso.
Antes de partir para o bate papo, entenda se sua intenção é fazer com que ela mude aquele comportamento apenas para te agradar ou se essa mudança será uma peça chave para que ela encontre autoconfiança e performe melhor.
Passo 6: transparência é um dos alicerces mais poderosos
Falar abertamente sobre o momento da empresa, de um time ou até um momento pessoal, evita que outras pessoas criem expectativas irreais sobre o que pode estar acontecendo.
Pense em uma pessoa líder que está em uma semana muito atarefada e que precisa se dedicar para um simpósio ou um hackathon, mas ela não comunicou companheiros do time sobre esse momento e precisa se ausentar dos canais internos da companhia.
Pode ser que pensem “acho que fiz algo errado, minha liderança não me responde a horas”. E em mentes mais preocupadas, essa situação pode se escalar até para crises de ansiedade.
E se queremos um espaço seguro, precisamos evitar causar apreensão desnecessária em outras pessoas, não é mesmo?
Existe aquela situação padrão que quase todo mundo já viveu para ilustrar essa lógica: de repente um grupo enorme de pessoas é mandado embora da empresa, ninguém sabe o porquê e quem será o próximo.
O rendimento cai, a performance bambeia e a busca por novas oportunidades em um espaço seguro provavelmente acontece. E isso tudo poderia ter sido evitado se a gestão comunicasse abertamente o que estava acontecendo.
Passo 7: incentive ofereça caminhos para o auto cuidado
Não adianta falar em cultura organizacional saudável sem incentivar o autocuidado individual. Recebemos influência direta das pessoas que fazem parte dos nossos círculos sociais. A movimentação para um espaço coletivo saudável funciona de forma conjunta e precisa ser feita a muitas mãos. Uma parcela é responsabilidade da organização, outra do indivíduo.
Para incentivar o autocuidado individual, as organizações podem oferecer alguns benefícios como descontos em academias, sessões de terapia, auxílio cultura, e planos de saúde e odontológicos.
Dinâmicas internas também são valiosas. Podem incluir aulas de meditação, Yoga, palestras com especialistas em saúde, entre outras ações. Além de promover bem-estar geral, esses eventos também favorecem as interações da equipe.
E caso você ainda não saiba quais benefícios escolher, vale perguntar para quem vai usar: cultura de comunicação ativa e de feedback oferece ótimas oportunidades para isso.
Passo 8: implemente ferramentas com um canal de escuta
Um ambiente de trabalho seguro é aquele em que as pessoas também se sentem acolhidas. No entanto, nem sempre é fácil para expressar preocupações ou desconfortos abertamente.
Algumas pessoas colaboradoras podem temer retaliações, consequências negativas para suas carreiras ou simplesmente não se sentirem à vontade para compartilhar seus problemas.
Para abordar essas questões e promover uma cultura inclusiva, é válido considerar a implementação de uma ferramenta com um canal de escuta anônima.
Esse tipo de sistema oferece à equipe um meio seguro e confidencial para relatar desconfortos, assédios, discriminações ou qualquer outra preocupação que possa afetar a experiência laboral da pessoa colaboradora.
Ao garantir a anonimidade, o canal de escuta incentiva que o compartilhamento de eventuais preocupações ou más condutas ocorra com sinceridade. Isso empodera as pessoas ao expressarem suas experiências, contribuindo para uma cultura transparente.
Além de encorajar a expressão aberta de preocupações e reforçar a confiança entre a organização e sua equipe, a implementação também permite identificar e abordar problemas em estágios iniciais, antes que se tornem maiores ou mais difíceis de resolver.
As preocupações relatadas anonimamente ainda podem ajudar a direcionar a atenção para áreas que precisam de melhorias, como departamento de comunicação ou de treinamentos para lideranças em relação a habilidades pessoais, permitindo que sejam tomadas medidas efetivas para evitar que problemas de condutas inadequadas se perpetuem na organização.
Também pode te interessar:
Geração Z: o que a nova geração de pessoas colaboradoras espera das empresas?
Relatos anônimos: 4 formas de transmitir segurança para as equipes
Sua equipe merece um espaço seguro e a sua empresa também
Buscar ferramentas e ações práticas para um ambiente de trabalho seguro é algo que precisa estar no escopo das lideranças da empresa. Além disso, trata-se de uma prioridade que precisa pautar o dia a dia do RH e do Compliance por serem áreas guardiãs da cultura organizacional.
Com o avanço da tecnologia e o mercado de startups em crescimento, essa se tornou uma tarefa mais simples de ser alcançada se comparado a anos anteriores. Inclusive, a plataforma da SafeSpace existe para auxiliar organizações nesse quesito.
O resultado do investimento dessas medidas se traduz em eficiência. Ou seja, trata-se de um espaço marcado por:
Pessoas que se comunicam abertamente e resolvem problemas internos com rapidez;
Motivação em dia e menos tempo lidando com gestão de crise;
Queda de turnover e casos de má conduta;
Entre outros fatores positivos.
E então, sua empresa está preparada para promover um ambiente de trabalho seguro?
Melhore a cultura interna de maneira proativa, com um espaço seguro para sua equipe comunicar incômodos sem medo de retaliação. Clique aqui e conheça as possibilidades da SafeSpace.