SafeTalk: mapeamento de riscos psicossociais e plano de ação
O SafeTalks, evento em formato de webinar promovido pela SafeSpace, foi mediado pela Caroline Santos, coordenadora comercial da SafeSpace, e contou com a participação do Rodrigo Tanus, CEO e fundador da Livon.
O objetivo do encontro foi esclarecer dúvidas sobre a NR-1 e sua recente atualização, com foco especial nos fatores de risco psicossociais, ressaltando a importância de adequações pelas empresas mesmo antes do início da fiscalização, prevista para maio de 2026.
Continue lendo para conferir os principais pontos abordados no evento!
🔎 De acordo com uma pesquisa de 2023 da ISMA BR, International Stress Management Association, cerca de 72% dos brasileiros no mercado de trabalho sofriam com alguma sequela de estresse, sendo que 32% desenvolveram burnout. Em 2024, o Ministério do Trabalho e a Previdência Social registraram um aumento de 67% nos casos de afastamento por transtornos mentais aqui no Brasil.
💡 Além dos riscos físicos, químicos e biológicos já previstos, a NR-1 agora exige o mapeamento de riscos psicossociais, como assédio moral, pressão excessiva e más relações interpessoais. Durante a conversa, Rodrigo também diferenciou “riscos” e “fatores de risco”, esclarecendo que o risco é a probabilidade de que um perigo gere dano à saúde do trabalhador, enquanto o fator de risco está relacionado às condições do ambiente.
📢 É muito importante entender que ações como salas de descanso e eventos recreativos são iniciativas voltadas ao bem-estar, mas não substituem o que a NR-1 exige: o mapeamento, mensuração e gestão dos riscos psicossociais no ambiente de trabalho. É preciso tratar esses riscos com seriedade estratégica, visando o posicionamento responsável da empresa e a proteção real à saúde do colaborador.
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⚠️ Os riscos psicossociais passaram a integrar o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO) exigido pela NR-1, e precisam ser mensurados e controlados, mesmo que sejam mais subjetivos do que os físicos, químicos ou biológicos. Rodrigo reforçou que o foco deve estar em entender e modificar o ambiente de trabalho para evitar danos à saúde, e não apenas oferecer benefícios paliativos.
🪫 Após a pandemia, muitas empresas ampliaram seus benefícios relacionados ao bem-estar, como sessões de terapia, teleatendimento psicológico e ações de descompressão. No entanto, essas iniciativas, embora positivas, não são suficientes para atender às exigências da nova regulamentação, por se tratarem de benefícios e não de ações estruturadas de gestão de riscos. Apesar dessas medidas, os números de afastamentos por transtornos mentais continuam crescendo, passando de 273 mil em 2023 para 480 mil em 2024, o que motivou a intervenção do Ministério do Trabalho para atuar diretamente no ambiente de trabalho e não somente na saúde do trabalhador.
“Então, apesar de uma série de iniciativas de bem-estar lançadas por diversos perfis de empresa, não há uma solução iminente. E aí o Ministério do Trabalho resolve intervir para que, num primeiro momento, não haja uma atuação sobre a saúde diretamente, e sim sobre o ambiente de trabalho.”
🛜 O PGR é composto por duas partes: o inventário de riscos, onde se mapeiam todos os perigos presentes no ambiente de trabalho, e o plano de ação, onde se definem as medidas para eliminar ou reduzir os riscos identificados. Enquanto os riscos físicos ou químicos são mensurados com equipamentos, os psicossociais requerem o uso de questionários validados cientificamente, capazes de avaliar aspectos como relação com lideranças, pressão por metas e possíveis situações de assédio moral.
📑 Segundo Rodrigo, o PGR deve integrar todos os riscos em um único documento, sem separação. Ele também reforça que o não mapeamento e gestão dos riscos psicossociais já representa um prejuízo para as empresas, independentemente da fiscalização oficial, pois os afastamentos por saúde mental geram perdas financeiras e operacionais mais severas do que eventuais multas. Ele também alerta que adiar o cumprimento da NR-1 apenas por conta do novo prazo de fiscalização (maio de 2026) é uma visão equivocada, e que agir preventivamente é estratégico e urgente.
O processo de gerenciamento dos riscos psicossociais começa com a aplicação de questionários anônimos, que permitem mapear esses riscos de forma confiável e segura. Com os dados coletados, realiza-se a classificação dos riscos por setor da empresa e, com base nisso, elabora-se um plano de ação.
⚠️ Os riscos psicossociais podem variar conforme o setor e devem ser analisados de forma integrada com outros riscos, como os físicos e químicos. O plano de ação inclui medidas simples e aplicáveis, como a criação de canais seguros de escuta e denúncia, treinamentos de liderança voltados para o desenvolvimento de soft skills, e revisão de políticas internas de RH para alinhamento com os riscos identificados.
A fiscalização do comprimento da NR-1 pode ocorrer de três formas:
presencial (através de auditores do Ministério do Trabalho);
por denúncia (de trabalhadores ou até concorrentes);
de forma eletrônica, via eSocial.
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O webinar promovido pela SafeSpace em parceria com a Livon reforça a urgência de uma mudança de mentalidade por parte das empresas em relação à saúde mental no trabalho. Mais do que cumprir obrigações legais impostas pela NR-1, a discussão mostrou que adotar uma gestão estratégica e estruturada dos riscos psicossociais é essencial para a sustentabilidade organizacional.
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