Escuta ativa no RH: cultura segura e sem assédio
A escuta ativa é uma das competências mais valorizadas no ambiente de trabalho. Quando os colaboradores percebem que suas vozes são ouvidas e consideradas, cria-se um espaço de confiança e segurança. Essa prática, já conhecida no RH, é essencial para fortalecer vínculos e estimular um clima organizacional saudável.
Essa competência pode ajudar a vencer um dos maiores desafios da área de Recursos Humanos, que é o combate ao assédio no ambiente de trabalho. A Pesquisa Mapa do Assédio no Brasil 2024, conduzida pela KPMG, mostrou que 30% dos participantes relataram ter sofrido algum tipo de assédio nos últimos 12 meses e 41% desses casos ocorreram no local de trabalho.
É fundamental que os profissionais de RH consigam transformar relatos e percepções em informações estratégicas, capazes de orientar decisões e antecipar riscos.
Neste artigo você vai saber mais sobre a escuta ativa na área de RH e como profissionais da área podem utilizá-la de forma estratégica. Veja o que abordaremos:
O que é escuta ativa e como ela fortalece a confiança no RH.
Por que a escuta estratégica é essencial para prevenir assédio?
Canal de denúncias: como funciona dentro da escuta ativa.
Perguntas frequentes sobre escuta ativa e canal de denúncias.
O que é escuta ativa e como ela fortalece a confiança no RH
A escuta ativa é uma habilidade de comunicação que vai além de apenas ouvir palavras. Ela envolve atenção total, empatia e validação. No ambiente de trabalho, isso significa:
Dar espaço para que colaboradores falem sem medo.
Mostrar interesse genuíno pelo que é relatado.
Garantir retorno e encaminhamento adequado.
Para a área de RH, esse tipo de escuta fortalece a segurança psicológica e ajuda a entender o real cenário da cultura organizacional.
Do que adianta só fazer pesquisas de clima e não ter uma noção concreta da experiência e percepção das pessoas colaboradoras?
Veja esse cenário comparativo:
Um colaborador sente que está sendo assediado por um colega de equipe e decide falar com o RH.
Se a postura do RH for de escuta ativa, ela vai contribuir para a prevenção, confiança e cultura positiva. Enquanto uma postura sem escuta ativa resulta em problemas ocultos, risco aumentado, clima organizacional ruim.
Para praticar a escuta ativa no dia a dia, o RH pode:
Entrar em conversas com mente aberta.
Demonstrar presença com sinais verbais e não verbais.
Parafrasear o que foi dito para validar compreensão.
Evitar distrações e manter foco no colaborador.
Sem escuta ativa, muitos profissionais preferem se calar diante de situações de assédio ou discriminação. O silêncio pode gerar insegurança, aumentar a rotatividade e enfraquecer a cultura organizacional.
A rádio corredor, muitas vezes encarada como ameaça ou boato, é um exemplo claro de como a escuta ativa pode gerar valor.
Quando o RH e a liderança passam a escutá-la ativamente, ela deixa de ser apenas um rumor e se transforma em uma fonte rica de informação, capaz de fortalecer o clima organizacional, a comunicação e a segurança psicológica.
Por que a escuta ativa é essencial para prevenir assédio?
Em um contexto corporativo, o assédio, seja moral ou sexual, deixa marcas profundas, afetando não só a vítima, mas desestabilizando a equipe e manchando a reputação da empresa. Segundo uma pesquisa da Gallup, ambientes de trabalho que não cultivam um senso de segurança psicológica podem sofrer com uma taxa de rotatividade até 27% maior e uma queda significativa na produtividade.
Com a escuta estratégica, o RH consegue:
Identificar riscos antes que se tornem crises: ao criar um canal de comunicação aberto e seguro, os profissionais de RH podem identificar reclamações, tensões ou comportamentos inadequados em estágios iniciais. Essa detecção precoce permite uma intervenção discreta e eficaz antes que o problema se agrave.
Agir de forma preventiva, não apenas reativa: em vez de esperar uma denúncia formal de assédio, a escuta ativa permite que o RH tome medidas proativas. Por exemplo, ao perceber um padrão de comunicação agressivo em uma equipe, é possível oferecer treinamentos de comunicação ou mediação de conflitos, evitando que a situação evolua para um caso de assédio moral.
Fortalecer a cultura de confiança e respeito: quando os colaboradores vivem em um ambiente de segurança psicológica e notam que a empresa se importa com seu bem-estar, a confiança na liderança e no RH aumenta. Isso cria um ambiente onde as pessoas se sentem seguras para reportar problemas, sabendo que serão tratadas com seriedade e respeito. O resultado é um clima organizacional mais saudável e resiliente.
“A escuta ativa transforma o RH de um “bombeiro” que apaga incêndios, para um agente de mudança proativo, contribuindo para a construção de uma cultura sólida de respeito e segurança que é a melhor forma de combater o assédio.”
Como falamos, a rádio corredor é um canal que pode ser uma fonte rica sobre o cenário do clima organizacional, mas para isso o RH precisa saber escutar esse canal para torná-lo um aliado.
Estamos conduzindo uma pesquisa sobre os impactos da rádio corredor no clima organizacional. Confira abaixo e participe.
Canal de denúncias: como funciona dentro da escuta ativa
O canal de denúncias é uma das principais ferramentas para que a escuta estratégica do RH se torne uma realidade.
Enquanto a escuta ativa é uma postura diária, o canal de denúncias é o espaço formal, seguro e confidencial para que os colaboradores reportem situações de assédio, má conduta ou outros comportamentos inadequados. Ele é o ponto de coleta de dados que sustenta a estratégia.
Para ser eficaz, um canal de denúncias não pode ser apenas um formulário. Ele precisa oferecer três pilares essenciais:
Anonimato e proteção contra retaliações: o medo de sofrer retaliações é a maior barreira para uma denúncia. O canal deve garantir que o denunciante possa se manifestar de forma anônima e que a empresa tenha um processo rigoroso para protegê-lo de qualquer represália.
Acessibilidade para todos os colaboradores: o canal deve ser fácil de encontrar e usar, seja por um aplicativo, uma plataforma online ou um número de telefone. A acessibilidade garante que todos, independentemente do nível hierárquico, possam se manifestar.
Gestão ética e imparcial dos relatos: a confiança no processo é tão importante quanto a ferramenta. O RH deve ter um protocolo claro para investigar cada denúncia de forma justa e imparcial, garantindo que as ações sejam tomadas com base em fatos, não em suposições.
Com um canal de denúncias sólido, a empresa não apenas ouve, mas coleta dados valiosos que permitem prevenir riscos, identificar padrões de comportamento e fortalecer a cultura organizacional. Ele transforma a escuta passiva em ação, criando um ambiente de trabalho mais seguro e transparente.
O canal de denúncias da SafeSpace oferece para profissionais de RH segurança em todas as etapas, da implementação à apuração. Com você tem o suporte de especialistas para a implementação do canal de denúncias e o treinamento necessário para conduzir os processos com autonomia.
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Perguntas frequentes sobre escuta ativa e canal de denúncias
Como a escuta ativa ajuda na prevenção de assédio?
Ela cria um ambiente de alta segurança psicológica, em que colaboradores se sentem seguros para falar, permitindo que sinais sejam identificados antes de virarem crises.
O canal de denúncias substitui a escuta ativa?
Não. O canal é uma ferramenta formal, enquanto a escuta ativa é uma postura diária do RH e da liderança. Juntos, eles se complementam.
Quais os riscos de não ter um canal de denúncias?
Maior exposição a casos de assédio, aumento da rotatividade, clima de desconfiança e até processos legais contra a empresa.
Qual o papel do RH na gestão das denúncias?
RH é responsável por receber, investigar e dar encaminhamento às denúncias de forma imparcial e confidencial. Também é seu papel garantir que as denúncias sejam tratadas com a seriedade e o respeito necessários, protegendo a identidade do denunciante e assegurando um processo justo para todos os envolvidos. Em alguns casos, o RH pode atuar em conjunto com a área de compliance.
Como garantir a confidencialidade no canal de denúncias?
A confidencialidade é a chave para a credibilidade. Para garantir isso, o ideal é usar um sistema que permita denúncias anônimas. Além disso, é crucial que o processo de investigação seja conduzido por uma equipe treinada e que apenas as pessoas estritamente necessárias tenham acesso às informações.
A escuta ativa é responsabilidade apenas do RH?
Não. Embora o RH deva liderar e treinar a empresa nessa habilidade, a escuta ativa é responsabilidade de todas as lideranças. Gerentes e supervisores que a praticam de forma regular conseguem construir equipes mais unidas, produtivas e resilientes. Ela deve ser uma habilidade essencial para qualquer pessoa com um papel de gestão.
Como posso começar a praticar a escuta ativa no dia a dia?
Você pode começar com pequenas mudanças:
Dedique sua atenção total à pessoa que está falando, guardando o celular e evitando interrupções.
Use a linguagem corporal, como inclinar-se para a frente para demonstrar interesse.
Resuma o que ouviu para confirmar se entendeu corretamente, como, por exemplo, “Se eu entendi bem, você está dizendo que…”.
Faça perguntas abertas em vez de perguntas que podem ser respondidas com “sim” ou “não”, o que encoraja uma conversa mais profunda.
Conclusão: a escuta ativa é a chave para ambientes de trabalho seguros
Mais do que uma habilidade de comunicação, a escuta ativa é uma prática que fortalece vínculos de confiança e garante que colaboradores se sintam seguros para compartilhar suas experiências. Ao adotar essa postura, o RH identifica sinais de riscos e cria um espaço de diálogo verdadeiro, no qual problemas como assédio podem ser prevenidos antes mesmo de se tornarem crises.
O canal de denúncias surge como um aliado fundamental nesse processo, transformando a escuta ativa em uma ferramenta de ação estruturada. Quando os colaboradores percebem que suas vozes são ouvidas e levadas a sério, a cultura organizacional se torna mais saudável, transparente e protegida contra comportamentos abusivos.
“Para o RH, o desafio não é apenas ouvir, mas agir. E é justamente essa combinação que constrói ambientes de trabalho mais seguros e humanos.”
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