Canal de denúncia ou canal de escuta? Saiba a diferença
As diferenças entre um Canal de Denúncia e um Canal de Escuta podem parecer sutis a primeiro momento. Mas o resultado trazido por ambas ferramentas são distintos e podem impactar diretamente na estratégia e cultura de sua empresa, sabia?
Garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável tem sido uma das pautas mais discutidas em empresas do mundo todo. As mudanças, como a atualização da NR-1, que impõe um cuidado maior com a saúde mental, as novas exigências das pessoas colaboradoras e a necessidade de se mostrar mais transparente, são um reflexo dessa consciência da sociedade. Para isso, uma das estratégias utilizadas é implementar o Canal de denúncias. O objetivo é que, por meio dele, seja possível escutar os problemas internos e assim, implementar ações efetivas para garantir um ambiente mais saudável e inclusivo.
Contudo, muitas organizações ainda apresentam problemas que envolvem má conduta no ambiente de trabalho. Mas você sabe o porquê? A grande questão pode estar justamente em não conseguir criar um ambiente de confiança e incentivar o uso do canal para ouvir as pessoas colaboradoras.
Como utilizar o canal de denúncia como uma ferramenta de prevenção
Para o Direito, o princípio de prevenção pode ser definido como a “atuação sobre casos em que se possui ‘conhecimento científico’ sobre as consequências de determinada atividade”. Isso significa que, quando possuo conhecimentos prévios sobre uma situação, ou quando sei as possíveis consequências dela, posso evitar o seu agravamento e, em muitos casos, até o seu acontecimento.
Em uma empresa, é possível prevenir diversos problemas que podem acontecer no ambiente de trabalho. Por exemplo, se as pessoas colaboradoras desempenham atividades de risco, é fornecido para elas os conhecidos Equipamentos de Proteção Individual, ou EPI. Essa é uma ação preventiva, prevista por lei, que garante melhores condições de trabalho e segurança para todas as pessoas.
Contudo, as atividades de prevenção nos ambientes corporativos não devem se limitar a exemplos de risco ligados a atividades técnicas. É possível também investir em ações preventivas em relação a problemas de comportamento. Inclusive, a atualização da NR-1 que entrará em vigor exige que as empresas façam o mapeamento não só dos riscos físicos, mas também dos riscos psicossociais, ou seja, as empresas serão obrigadas a olhar e criar planos de ações para prevenir, por exemplo, situações de assédio.
A realidade é que muitos stakeholders e gestores desconhecem que várias adversidades no espaço de trabalho são estruturais e, por isso, é preciso ter uma visão holística dessas situações e buscar solucionar a sua origem, ao invés de apenas resolver problemas isolados à medida que vão surgindo.
Vamos imaginar uma situação de assédio moral. Aqui, falamos de situações que envolvem humilhações ou ofensas a uma pessoa no ambiente de trabalho. Essa forma de agressão pode se manifestar de várias maneiras e lidar com suas consequências pode ser muito complicado, já que envolve caráter punitivo aos agressores e garantir o bem-estar da vítima.
Agora, pense na origem desse problema. Ele pode ter seus primeiros traços manifestados em piadas e brincadeiras que causem desconforto a algumas pessoas colaboradoras. Uma empresa voltada para a prevenção pode utilizar de um canal de denúncias para identificar o início desses desconfortos e implementar ações anti-bullying e de conscientização antes do seu agravamento.
Quando um canal de denúncias é bem implementado, tem uma boa divulgação e a empresa investe em treinamentos, é muito provável que as situações sejam reportadas com mais frequência. Assim, a equipe responsável por administrar o canal de denúncia consegue tratar o problema antes que ele escale, além de identificar também quais pontos precisam ser mais reforçados na organização.
Mas afinal, o que é um canal de escuta e o que é um canal de denúncia? Existem algumas diferenças e elas podem ser cruciais para o sucesso da sua estratégia.
Canal de Denúncia ou Escuta? As diferenças na prática
O Canal de Denúncia não é novidade para a maioria dos profissionais de RH e Compliance. Trata-se de um meio formal para que colaboradores comuniquem situações que envolvam quebra do código de conduta ou do programa de ética da organização.
O uso desse recurso não só coloca a empresa em conformidade com a legislação (já que ter um canal de denúncias é obrigatório para se adequar a algumas leis) como também dá visibilidade aos problemas que estão acontecendo, facilitando o gerenciamento de riscos.
🔸 Exemplos do que pode ser enviado no canal de denúncias:
Assédio moral ou sexual;
Discriminação;
Corrupção ou fraudes;
Violação de políticas internas.
Já o canal de escuta é um espaço seguro para manifestações como dúvidas, sugestões, reclamações e elogios. Essa solução complementa a visibilidade sobre riscos subjetivos e promove o acolhimento, o diálogo e a escuta ativa na empresa.
Mais do que receber demandas pontuais, o Canal de Escuta permite identificar e esclarecer situações que causam desconforto — que podem representar potenciais desvios de conduta ou até servir como “sintomas” de riscos maiores, antes mesmo de evoluírem para uma denúncia formal.
🔸 Exemplos do que pode ser enviado no canal de escuta:
Sentimentos sobre o ambiente de trabalho;
Dificuldades de relacionamento;
Situações que geram desconforto ou insegurança;
Sugestões de melhoria no clima organizacional.
Em alguns cenários, uma pessoa quer apenas ser ouvida, e não necessariamente fazer uma denúncia. Outras vezes, é essencial que o relato seja formalizado para proteger a integridade do ambiente de trabalho. Por isso, saber qual canal utilizar evita frustrações e garante que o acolhimento ou a apuração aconteça da forma certa. Não dá para tratar como denúncia, por exemplo, uma situação de equipamento quebrado.
Muitas vezes, o canal de denúncias é visto como uma imagem negativa. A empresa, com medo de não conseguir lidar com os possíveis casos que possam surgir, “dificultam” e desmotivam o uso do canal. As pessoas colaboradoras, por sua vez, não sentem confiança para relatar situações de má conduta, como assédio e abuso de poder, temem serem vítimas de retaliação e, com isso, não utilizam o canal de denúncias.
Mas desencorajar o uso do canal de denúncias, na verdade, só vai atrasar a eficiência e a gestão de riscos da empresa.
A responsabilidade das empresas na construção de um ambiente de trabalho saudável
As questões ambientais, sociais e de governança estão cada vez mais presentes nas pautas dos conselhos de administração de empresas e aquelas que querem manter a competitividade e alinhamento com seu público precisam estar atentas a elas. Assim, você já ouviu falar em ESG?
A sigla para Environmental, Social and Governance (ambiental, social e governança, em português) refere-se às melhores práticas ambientais, sociais e de governança de um negócio. Ela explica as mudanças que vimos nos últimos anos nas políticas internas das corporações. O ESG funciona como um selo de qualidade para as companhias, oferecendo mais transparência para o público e possíveis investidores. Os tempos mudaram e o mundo exige corporações cada vez mais conscientes.
As empresas e seus stakeholders também precisam lidar com as mudanças no mercado de trabalho. Isso porque as novas gerações que acabaram de ingressar nesse ambiente possuem objetivos de carreira que envolvem qualidade e segurança no ambiente de trabalho. Essas pessoas estão cada vez mais capacitadas e também cada vez mais exigentes, além de incentivar outras gerações a terem um olhar mais atento para questões sociais. Por isso, é preciso que as corporações se adaptem para garantir que essas expectativas sejam atendidas.
Aqui, é preciso lembrar que se trata de uma via de mão dupla. Oferecer um ambiente de trabalho seguro e saudável às pessoas colaboradoras melhora o seu desempenho e motivação. O resultado disso são ótimos resultados internos, além de criar uma boa imagem da empresa diante da comunidade e possíveis investidores.
Outro ponto muito importante que explica a necessidade de mudança corporativa são as redes sociais. Nunca na história foi tão fácil ter acesso à informação e a comunicação instantânea garantiu que diversos movimentos ganhassem força na internet. Diante de movimentos como o #metoo, diversas denúncias contra assédio sexual ganharam força em todo o mundo, e grandes empresas e estúdios de Hollywood tiveram que rever suas políticas internas para solucionar seus problemas.
Desse modo, é muito importante que os stakeholders estejam atentos às novas demandas do mercado de trabalho, além de compreender a importância de um canal de escuta efetivo. A sua empresa está diante dos olhos do mundo e claro que você quer passar uma boa impressão, não? Garantir o bem-estar das pessoas colaboradoras pode ser o primeiro passo para isso.
Qual a melhor escolha para a minha empresa?
Como você pode ver, apesar de parecerem sutis, as diferenças entre o canal de denúncia e o canal de escuta podem ser fatores determinantes para o alcance dos seus objetivos.
Alguns canais de denúncia não são atualizados e não focam em uma abordagem proativa, essa não é uma realidade da SafeSpace. Alguns detalhes podem fazer a diferença no uso dessa ferramenta, como:
A atenção no onboarding;
O serviço de educação da plataforma;
A entrega de metodologias diferenciadas e comprovadas;
Um suporte que não te deixa na mão.
O canal de escuta é uma ótima opção para ser utilizada em conjunto com o canal de denúncia. Essa ferramenta dá voz às pessoas colaboradoras e pode aumentar a confiança nos fluxos de condução de casos e no programa de ética e cultura da empresa.
Não adianta olhar só para o preço, a qualidade e possibilidades que uma plataforma oferece vão impactar muito no sucesso da sua utilização, isso vale tanto para canal de denúncia ou escuta.
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Quer entender como tornar o ambiente de trabalho mais saudável e assim aumentar a produtividade e o engajamento das pessoas colaboradoras da sua empresa? Acompanhe as nossas redes sociais e confira os nossos conteúdos!