O que a pesquisa de clima e o ar de São Paulo têm em comum?

Não é nenhuma novidade que a qualidade do ar em São Paulo é péssima e, nos últimos dias, essa tem sido uma realidade em todo o Brasil. Com o tempo seco e tantas queimadas acontecendo, a qualidade do ar no país despencou e se tornou um verdadeiro desafio para a população.

Mas o que a qualidade do ar de São Paulo, que chegou a liderar o ranking de poluição, tem a ver com a pesquisa de clima?

Quando a qualidade do ar está muito ruim, é comum que o ambiente apresente uma nebulosidade, que dificulta a visão e a respiração. E quando falamos de um clima organizacional ruim e “poluído”, assim como a qualidade do ar, o ambiente acaba se tornando difícil, com muitos conflitos e nada saudável. É esse ponto que a pesquisa de clima vai tratar.

O objetivo de uma boa pesquisa é trazer clareza e entender como está o clima da empresa. Ou seja, ela deve investigar o que está escondido por trás da névoa e estabelecer ações para melhorar “a qualidade do ar”.

Mas para fazer isso assertivamente, é preciso que a pesquisa seja sem vieses e com foco total em entender como as pessoas colaboradoras estão se sentindo. É um recurso para diagnosticar os problemas e não para pintar o cenário perfeito.


Onde está o problema do cenário atual da pesquisa de clima?

O grande problema está em utilizar a pesquisa de clima com o objetivo de enaltecer a organização. O que isso significa?

Basicamente, é quando as empresas realizam a pesquisa com o foco em obter bons resultados para embelezar a imagem da marca. Quando se toma esse posicionamento, a real situação da empresa é deixada de lado e o foco passa a ser os números positivos.

É um perigo usar a pesquisa como métrica de vaidade, condicionando as pessoas colaboradoras a darem ótimas avaliações, que não refletem a realidade da organização. Essa atitude não é saudável, nem para o negócio, nem para as pessoas colaboradoras, uma vez que os problemas não estão sendo tratados. 

Outro problema que podemos destacar no cenário atual é o uso de pesquisas quantitativas que reúne a porcentagem de pessoas colaboradoras em diferentes aspectos, mas não oferece insights mais profundos sobre os problemas. É interessante utilizar esse momento para entender melhor o sentimento de cada pessoa colaboradora, então as questões mais subjetivas também precisam ser valorizadas.

Tudo é sobre uma relação de confiança

Um fator que influencia demais nos resultados de uma pesquisa de clima é o quanto as pessoas colaboradoras se sentem seguras para expressar como realmente se sentem na empresa. A relação de confiança é a base para que a esse recurso de fato ajude a diagnosticar os pontos de melhoria da organização.

Quando a empresa não tem uma cultura de confiança e não oferece um espaço de segurança psicológica, dificilmente as pessoas colaboradoras vão ser sinceras. Com isso, os problemas acabam sendo mascarados e a pesquisa não atinge o seu objetivo, que é trazer mais clareza sobre o cenário da empresa e ajudar na mitigação de riscos.

 

CURIOSIDADE

Um estudo realizado pela Slack revelou que 1 em cada 4 profissionais não sentem confiança suficiente em seu ambiente de trabalho. Aqueles que se sentem confiáveis reportaram um foco 2,1 vezes maior e uma satisfação geral com o trabalho 4,3 vezes maior.

Veja mais sobre cultura de confiança aqui

 

Se você quer ter uma pesquisa de clima eficiente, saiba que é fundamental que as pessoas colaboradoras sintam confiança e não tenham medo de retaliação. Uma pesquisa que é manipulada e realizada com viés perde a sua credibilidade e as pessoas colaboradoras não vão se engajar, nem ser sinceras.

É muito importante que a empresa mostre que elas são ouvidas e que a forma como elas se sentem em relação ao ambiente de trabalho importa para a organização. Vale lembrar que, se a proposta da pesquisa for ser anônima, isso precisa ser respeitado.

Não adianta um discurso de “Confie na gente”, se na primeira oportunidade esse voto de confiança é quebrado.

Use a inteligência artificial para facilitar o processo de pesquisa

O uso da Inteligência Artificial no dia a dia de trabalho já é uma realidade em muitas empresas. A tendência é que cada vez mais setores adotem o uso da IA para automatizar, simplificar processos e ter mais agilidade na tomada de decisão.

O setor de Recursos Humanos muitas vezes fica sobrecarregado com atividades operacionais repetitivas e não consegue desenvolver uma boa gestão estratégica. Ao inserir a IA na sua rotina, profissionais de RH têm a possibilidade de diminuir o tempo perdido com tarefas recorrentes e aproveitar para focar em questões estratégicas que impactam nos indicadores do setor e na experiência da pessoa colaboradora.

Uma das inúmeras possibilidades que a IA oferece é o disparo de pesquisas de clima e insights valiosos com base nas respostas. Ao invés de você ter que realizar a pesquisa manualmente, gerenciar as respostas e fazer a análise dos resultados, a IA otimiza esses processos já entregando os dados de forma tratada, o que facilita os planos de ação.

Outra vantagem que a IA oferece é a capacidade de analisar sentimentos. Através de algoritmos de processamento de linguagem natural (PNL), a IA é capaz de analisar comunicações internas, como, por exemplo, um feedback ou a própria pesquisa, e identificar o sentimento contido na resposta. Ou seja, ela classifica o conteúdo tendo como base o texto, e informa se ele corresponde a algo positivo, negativo ou neutro, além de identificar também emoções como felicidade, tristeza e raiva.

Isso possibilita fazer uma leitura muito mais completa da pesquisa de clima, indo além dos números e compreendendo questões profundas e subjetivas.

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