Saúde Mental: Você não sabe, mas o custo para a empresa pode ser enorme

Ilustração de uma pessoa em azul que representa a falta de saúde mental

Você já reparou em como a questão da saúde mental no mundo corporativo tem sido muito debatida e questionada tanto por pessoas colaboradoras, quanto por profissionais de RH e pessoas em posições de liderança? Apesar de ainda não ter a proporção devida, é certo que existe uma preocupação em torno de ambientes de trabalho saudáveis, as pessoas estão tendo cada vez mais consciência dessa necessidade.

Mas será que as empresas conseguem enxergar o estrago que o não olhar para a saúde mental pode provocar no crescimento do negócio?

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), existe uma estimativa acerca da relação entre saúde mental e trabalho, que aponta 12 bilhões de dias de trabalho perdidos anualmente, o que representa um custo de aproximadamente US$ 1 trilhão para a economia global.

Quando a empresa não olha para a saúde mental da pessoa colaboradora, é como se ela estivesse se autossabotando. Não dá para esperar um crescimento de negócio saudável e sustentável, se as pessoas que estão por trás da operação estão sofrendo.

Recentemente, saiu uma notícia na BBC sobre uma nova lei australiana que consiste no direito de se desconectar. A proposta dessa lei é dar mais segurança para as pessoas que possam se “sentir forçadas” a atender chamadas ou mensagens de trabalho após o expediente. Apesar de ser uma iniciativa benéfica para a pessoa trabalhadora, será que as empresas não deveriam ter naturalmente a consciência dos limites na relação com suas pessoas colaboradoras para não as levar ao esgotamento e prejudicar os próprios resultados?


O que acontece quando a empresa não prioriza a saúde mental

A realidade atual do mercado de trabalho é repleta de descaso com a saúde mental, além de casos de assédio. Um estudo da Atticus, uma empresa americana de advocacia, mostra que problemas de saúde mental (como estresse e ansiedade) se tornaram algo comum no ambiente de trabalho e representam mais da metade dos casos de lesões ou doenças no ambiente profissional.

Já no Brasil, o terceiro maior fator de afastamento são os transtornos mentais relacionados ao trabalho. Uma pesquisa divulgada no final de 2022 pela Ipsos aponta que 49% das pessoas apresentam sintomas de ansiedade e depressão, sendo o trabalho um possível causador de gatilhos.

 

CURIOSIDADE

Segundo um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) com trabalhadores de indústrias brasileiras, foi possível perceber que cerca de 36% deles apresentam níveis baixos de bem-estar, principalmente entre mulheres, jovens, pessoas com comorbidades e profissionais que atuam no modelo remoto.

 

As empresas são diretamente afetadas pela qualidade de vida que suas pessoas colaboradoras possuem. Uma empresa que investe na saúde mental de sua equipe tende a ter trabalhadores mais produtivos e comprometidos com o negócio. Isso significa que essa empresa tem uma maior probabilidade de alcançar maiores resultados, uma vez que sua equipe está bem e disposta.

Agora, quando a empresa não prioriza o ambiente de trabalho saudável, não olha para a qualidade de vida e condições de trabalho das pessoas colaboradoras ela pode ter inúmeros impactos negativos, inclusive falando financeiramente. Se as pessoas da sua equipe estão diariamente lidando com situações que prejudicam a sua saúde mental, elas não vão conseguir fazer um bom trabalho, logo a empresa sai perdendo.

Ah! E não adianta só desligar a pessoa, porque isso não resolve o problema. Se o ambiente de trabalho não é saudável, ele provavelmente vai prejudicar a saúde de outras pessoas da empresa, tornando-se um ciclo tóxico. 

Dentre alguns custos que a empresa tem quando ignora a saúde mental das pessoas colaboradoras estão:

  • Aumento de afastamentos e licenças

  • Falta de comprometimento

  • Turnover alto

  • Baixa produtividade

  • Falta de credibilidade devido à reputação

  • Conflitos e complicações legais

Aumento de afastamentos e licenças

Como citamos, os problemas de saúde mental são um dos maiores causadores de afastamento no trabalho. Quando a empresa tem muitos casos de afastamentos e licenças por motivos de saúde ela pode ter a necessidade de aumentar o quadro de pessoas colaboradoras, mesmo que de forma temporária, e isso aumenta os custos de operação, com os gastos de contratação.

Falta de comprometimento

Pessoas colaboradoras que estão sofrendo com problemas de saúde mental são mais propensas a faltar no trabalho ou se atrasar seja no horário ou com as demandas. Isso acontece porque ela não está bem, logo não vai ter um alto nível de comprometimento. Essa falta de comprometimento vai refletir na produtividade e consequentemente nos resultados da empresa.

Turnover alto

Um ambiente que não promove a saúde mental dificilmente conseguirá manter as pessoas colaboradoras. Como os dados apontam, existe uma preocupação maior das pessoas com a sua saúde e bem-estar, se estão sofrendo em uma empresa, elas vão buscar outras oportunidades. Com isso, a empresa vai ter um aumento no índice de turnover e no custo de recrutamento e treinamentos de novas pessoas colaboradoras.

Baixa produtividade

Pessoas colaboradoras com problemas de saúde mental tendem a apresentar menores níveis de concentração e eficiência. Isso vai impactar diretamente nas metas e resultados que a organização tem, causando um prejuízo.

 

CURIOSIDADE

Você sabia que maus hábitos de saúde são caros para as companhias? As perdas anuais de produtividade relacionadas à saúde custam aos empregadores US$ 530 bilhões (R$ 2,9 trilhões), segundo uma pesquisa publicada na revista científica Journal of Occupational and Environmental Medicine.

 

Falta de credibilidade devido à reputação

Em um cenário onde as pessoas estão dispostas a expor situações de assédio e abusos, empresas que não se preocupam com a saúde mental de suas equipes estão muito suscetíveis a serem expostas, o que causa danos à sua imagem e dificulta a atração e retenção de talentos. Ter uma boa reputação no mercado é muito importante para a construção e manutenção do sucesso do negócio.

Conflitos e Processos Legais

Os ambientes de trabalho que não abordam a saúde mental de forma eficiente e no dia a dia de trabalho podem ter um aumento de conflitos internos, além de estarem mais vulneráveis a encarar processos trabalhistas, o que pode aumentar as despesas com gerenciamento de crise.

E quais são os custos para a pessoa colaboradora?

Para a pessoa colaboradora, a falta de atenção da empresa quanto a um ambiente de trabalho saudável e iniciativas de bem-estar pode dificultar na identificação do problema. Se a empresa não tem uma rotina de conscientização, esse profissional pode não identificar que está com a saúde mental abalada e o problema escalonar até um ponto crítico.

A partir do momento que a empresa não oferece nenhum apoio para questões de saúde mental, a remuneração dessa pessoa colaboradora vai ser afetada, porque ela vai precisar adaptar o seu orçamento para custear tratamentos e terapias, o que influencia ainda mais na sua qualidade de vida e possivelmente irá prejudicar a produtividade dela.

Um levantamento da Ticket de 2023 revelou que 55% das empresas não oferecem aos profissionais sessões de terapia ou benefícios relacionados à saúde mental. Com isso, 25% dos trabalhadores precisam gastar até R$ 500 com tratamentos e apoio psicológico.


Como a IA e ações do RH podem ajudar as empresas a reverter esse cenário de prejuízo?

A rotina de profissionais de RH é muito intensa, cheia de tarefas que demandam atenção e disponibilidade. Monitorar a experiência das pessoas colaboradoras, capacitar todas as lideranças e ainda cuidar de relatórios e desempenho da área pode ser algo desafiador e desgastante na rotina.

Os avanços da tecnologia e da Inteligência artificial abrem novas possibilidades e permitem um olhar mais holístico dos processos. Hoje já existem soluções que permitem o monitoramento da saúde mental e clima nas empresas, fornecendo feedbacks constantes sobre o desempenho da liderança e da empresa de um modo geral.

Com um recurso que capta e reporta as necessidades das pessoas colaboradoras em tempo real e facilita esse monitoramento do clima organizacional, a área de RH consegue dedicar mais atenção na interpretação dos dados e na construção de estratégias para mitigar e tratar os problemas identificados e assim oferecer mais assistência para a pessoa colaboradora.

A chave para evitar prejuízos financeiros a longo prazo é realmente mostrar para as altas gestões que um ambiente saudável e ações de cuidado com as pessoas colaboradoras não é um benefício e sim algo indispensável, e implementar essas ações para melhorar a experiência da pessoa colaboradora e atender às necessidades da empresa.

 

Você deseja tornar o ambiente de trabalho mais saudável e assim aumentar a produtividade e o engajamento das pessoas colaboradoras da sua empresa? Acompanhe as nossas redes sociais e confira os nossos conteúdos!


 

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