Hora da inovação: novas ferramentas e processos para o Compliance
Em um cenário de mercado acelerado como o de hoje, a palavra inovação aparece a todo tempo. Quando o assunto é Compliance e governança corporativa, não pode ser diferente e a área já sabe disso.
Pilares de ética e conformidade devem fazer parte de todas as atividades de uma empresa. Isso significa levar estratégias atreladas à gestão de riscos e Compliance para além da área. E para que esse movimento aconteça, é necessário revisitar processos e ferramentas da área e pensar fora da caixa.
Atualmente, existe maior clareza de boas práticas de governança corporativa e de elaboração de políticas internas para gerir riscos. No entanto, a eficácia dessas ações dependem de práticas inseridas no dia a dia da empresa, em todos os níveis - do operacional ao Conselho.
Vale a reflexão: uma cultura de conformidade se constrói na interseção entre a gestão de riscos e a transformação digital das empresas. E aqui está o pulo do gato: o escopo de trabalho do Compliance ganhou muito espaço para inovação. É sobre este caminho que vamos falar ao longo do artigo.
Boa leitura!
Inovação e Compliance: forças opostas ou grandes aliados?
Partindo da ótica de outras áreas da empresa, ainda existe um estigma em torno do Compliance que coloca profissionais em uma caixa limitante: pessoas com escopos de trabalho burocráticos, focados apenas em políticas e regulamentações.
É claro que, entre as principais responsabilidades do Compliance, sempre estará a gestão de riscos - para empresas pequenas ou grandes. Mas, para acompanhar as exigências do mercado, isso significa que os processos e ferramentas da área precisam de transformações.
Uma gestão efetiva de riscos não se trata apenas de gerenciar os riscos quando já existem. No centro das estratégias de negócio, é preciso também atuar de forma preventiva para antecipar esses riscos e agir de acordo com eles.
Ações preventivas têm como papel colocar a empresa à frente de problemas e oportunidades - o que permite que o negócio siga novos caminhos, sem se expor a riscos não calculados. Dessa forma, os impactos são minimizados, ganha-se margem e é possível navegar com mais confiança em um mercado altamente competitivo.
Mas então, na prática, qual é a demanda por inovação na área de Compliance? Vamos a algumas provocações:
Assuntos atrelados à conformidade, políticas corporativas, Compliance e governança corporativa são considerados complexos. Muitas vezes, vêm à tona no dia a dia para cumprir obrigações. Que práticas podem ser implementadas para torná-los acessíveis e interessantes para outras áreas da empresa, sem prejudicar a seriedade do assunto?
A forma como regras de conduta em uma empresa são comunicadas às equipes precisam se diferenciar de medidas disciplinares. Afinal, trata-se de um ambiente corporativo, e não uma escola. É preciso refinar treinamentos para focar em “culturalizar” a conformidade de forma atraente, ao invés de “forçá-la”.
Os pilares do Compliance não devem ser entendidos como uma parte específica do trabalho, mas sim como a construção do hábito de fazer o certo. Precisamos de abordagens comportamentais inovadoras dentro do escopo da área.
Estar em conformidade com as diretrizes no ambiente de trabalho é responsabilidade de todas as pessoas em uma empresa. No entanto, direcionar o foco para essa responsabilidade individual requer um métodos consistentes e mais atraentes de comunicação.
Que tipo de inovação deve estar no radar do Compliance?
Desenhe novas abordagens de treinamento e comunicação interna
Neste ponto, o objetivo em trazer inovação ao Compliance está em tornar boas práticas de governança corporativa e políticas atreladas à gestão de riscos, para empresas pequenas ou grandes, mais simples de serem compreendidas por pessoas de outras áreas.
Abordagens em treinamentos de Compliance, devem ser baseadas em estudos de caso reais e exemplos práticos de problemas de comportamento, que gerem identificação.
Isso também inclui o tom de voz e a linguagem utilizada nas comunicações internas. Ao falar de políticas e regulamentações para o resto da empresa, é fundamental que todas as pessoas sejam capazes de entender a mensagem - e não sintam que estão cumprindo uma mera obrigação no trabalho. Isso garante mais propriedade e envolvimento das equipes com as diretrizes do programa de Compliance.
Revisite o Código de Conduta e a estrutura do Canal de Denúncias
O primeiro passo para integrar a conformidade nos processos operacionais do dia a dia no trabalho é que as equipes saibam o que é ou não aceitável dentro do ambiente de trabalho. Para isso, é importante reformular o Código de Conduta e buscar novas formas de divulgá-lo, que se adequem a cada negócio.
É atribuição do Compliance, e está entre boas práticas de governança corporativa, capacitar as pessoas colaboradoras para que identifiquem os problemas de forma independente e entendam o papel das áreas responsáveis pela gestão de riscos - para empresas pequenas ou grandes.
Dessa forma, as equipes assumem autonomia e responsabilidade diante do cenário de conformidade, e tiram o Compliance do lugar de “vigilância”. Como resultado, se sentem em um ambiente de trabalho no qual podem assumir riscos calculados com base nas informações que têm em mãos.
Como peça chave disso, entra o Canal de Denúncias. Uma empresa fornecedora eficiente, alinhada com as demandas mais atuais do mercado, precisa atuar como parceira estratégica da área de Compliance - desde a comunicação das diretrizes até a capacitação das partes envolvidas.
Quando o assunto é Canal de Denúncias corporativo, o investimento em uma solução inovadora diz muito sobre a seriedade de uma empresa em relação a conduta interna e a atuação preventiva.
Pessoas colaboradoras precisam estar equipadas com as ferramentas e os conteúdos certos para que possam mapear de forma inteligente os riscos e pontos de atenção do dia a dia de trabalho.
Use dashboards e análises para direcionar estratégias de gestão de riscos
Da mesma forma que o mercado cada vez mais usa dados para se apoiar e guiar estratégias, especialistas em Compliance e governança corporativa apontam para a tecnologia como uma das soluções eficazes para lidar com as mudanças regulatórias e auxiliar na compreensão dos riscos internos.
A tendência é que as organizações tenham que coletar informações a fim de mapear pontos de atenção, antecipar problemas e detectar padrões atrelados ao comportamento das equipes.
Além das revisões regulares de auditoria, ferramentas com função “analytics” ajudam a área a monitorar a adesão do Código de Conduta e identificar as principais áreas de risco. Isso fornece informações mais assertivas, e faz com que a liderança otimize recursos e tempo.
O Compliance está na vitrine do mercado: é hora de assumir o protagonismo
O uso de abordagens inovadoras traz mais clareza em relação ao valor do Compliance para a empresa como um todo. E permite que profissionais da área assumam um papel de protagonismo diante de relações comerciais e de valorização das marcas.
Em um mercado que muda na velocidade da luz e está cada vez mais vigilante em relação à atuação das empresas, a inovação em processos de Compliance coloca uma cultura de conformidade como vantagem estratégica e competitiva.