Trabalhe enquanto eles dormem? Tô fora! - Equilíbrio entre vida pessoal e profissional
Recentemente, o assunto sobre equilíbrio entre vida pessoal e profissional ficou muito em alta após a participação de um empresário em um podcast, onde entre as suas falas, ele destacou que exige muita dedicação de seus funcionários, com uma carga horária de 70 a 80 horas semanais. Além de citar que: “quem não trabalha de 14 a 16 horas por dia “não vai conseguir nada na vida””.
Essa situação nos leva ao seguinte questionamento: até que ponto ter uma carga horária de trabalho excessiva é sinônimo de um trabalho de qualidade e sucesso?
Infelizmente, não são muitas as empresas que entendem que uma pessoa colaboradora que consegue administrar e ter um equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, tem mais chances de ser produtiva e ter um trabalho com mais qualidade. E essa cobrança pela “dedicação em tempo integral”, ao invés de trazer um retorno positivo, faz exatamente o oposto. Ela gera uma sobrecarga física e emocional que pode prejudicar a saúde da pessoa colaboradora.
Segundo um estudo feito pela Randstad, 81% dos brasileiros têm o desejo de alcançar esse equilíbrio. Isso está muito relacionado ao momento de pandemia vivido em 2020, que fez as pessoas terem uma nova visão tanto sobre carreira, quanto também sobre as suas prioridades.
Não espanta que este tema esteja sendo tão discutido. De fato, as pessoas estão mais conscientes de que a vida não pode se resumir ao trabalho.
Por muito tempo se reproduziu a frase: trabalhe enquanto eles dormem, como uma romantização do trabalho em excesso. Essa frase, que é carregada de uma pressão tão grande, pode gerar péssimas consequências para uma empresa como:
Uma cultura de esgotamento - uma rotina de trabalho exaustiva pode levar ao esgotamento a qualquer momento.
Redução da produtividade - quando se orienta a falta de descanso, o que é essencial para a produtividade e bem-estar ao longo do tempo, você incentiva que a pessoa trabalhe cansada, física e mentalmente, o que resulta em uma baixa produtividade e perda de eficiência.
Tornar o trabalho em equipe competitivo ao invés de cooperativo - ela faz as pessoas se sentirem pressionadas a trabalhar mais para “não ficar para trás”.
Home Office: Quando o trabalho também é casa
O trabalho remoto, que cresceu exponencialmente durante a pandemia, é visto por muitos como uma oportunidade maravilhosa. Ele oferece um pouco mais de qualidade de vida, a partir do momento que você não precisa enfrentar longos trajetos de deslocamento, além da possibilidade de conciliar outras atividades no dia a dia, como a prática de exercícios físicos.
Mas a verdade é que o Home Office tem as suas dificuldades. Se por um lado você tem mais liberdade por estar em casa, por outro lado, em muitos momentos, é difícil de “se desligar” do trabalho. Lidar com a organização, administração das demandas e os momentos de “solidão” também são algumas dificuldades vividas neste modelo de trabalho.
A questão da flexibilidade é um fator que costuma chamar a atenção no trabalho remoto, afinal, poder ajustar o fluxo de trabalho com a rotina é algo positivo quando pensamos no equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Porém, administrar essa flexibilidade ainda é um desafio muito grande para algumas empresas, que não encontraram o melhor jeito de lidar com cargas de horário flexível , e criar uma cultura que incentive a responsabilidade e gerenciamento de demandas.
Dados apontam que a satisfação das pessoas colaboradoras vai além do modelo de trabalho, a flexibilidade está sendo cada vez mais valorizada, como mostra a pesquisa “Tendências e Perspectivas do Trabalho - Report WeWork LatAm 2023”, onde 81% das pessoas gostariam de ter ou já possuem um benefício destinado à flexibilidade.
O que você pode fazer?
Para melhorar a rotina do Home Office e conseguir separar a vida pessoal da profissional, você pode experimentar:
Trabalhar em lugares diferentes e sair um pouco de casa.
Definir horário para começar e parar de trabalhar.
Fazer pequenas pausas para esticar o corpo e descansar a vista.
Criar rotinas de trabalho para que você não se perca nos processos.
Estabelecer um espaço de trabalho.
Foco no equilíbrio: dica boa é dica compartilhada!
Perguntamos para algumas pessoas o que elas fazem para alcançar o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Veja o que elas falaram abaixo:
Como o RH pode incentivar este equilíbrio
Como citamos, cada vez mais a satisfação das pessoas colaboradoras está relacionada à flexibilidade e à possibilidade de investir também no seu bem-estar pessoal. De acordo com a pesquisa da International Labour Organization (ILO), mais de 60% dos trabalhadores globais relatam sentir-se sobrecarregados pelo trabalho. Isso destaca o quanto é necessário que as empresas comecem a abordar essa questão e incentivar a gestão do tempo e equilíbrio.
As equipes de Recursos Humanos precisam olhar com atenção para esse fator que pode influenciar nos negócios, uma vez que ele impacta na retenção e engajamento das pessoas colaboradoras. Dentre as ações que podem incentivar este equilíbrio estão:
Comunicar os limites e expectativas com clareza.
Acompanhar de perto e oferecer feedbacks.
Instruir sobre a gestão de tempo.
Monitorar o tempo de trabalho para evitar os excessos.
Incentivar as lideranças a serem um exemplo.
A tecnologia e a inteligência artificial podem ser grandes aliados para as equipes de RH conseguirem incentivar uma cultura saudável de trabalho, além de ajudar os próprios profissionais de RH a conciliar a vida pessoal e profissional.
Quer entender como tornar o ambiente de trabalho mais saudável e assim aumentar a produtividade e o engajamento das pessoas colaboradoras da sua empresa? Acompanhe as nossas redes sociais e confira os nossos conteúdos!
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