4 sinais de que uma cultura tóxica pode estar enfraquecendo talentos na sua empresa

cultura organizacional tóxica faz com que talentos saiam da empresa

Quando inseridos em culturas organizacionais tóxicas, até os melhores talentos têm sua performance comprometida.

Existe uma diferença relevante entre talento e performance. Não importa o quão talentosa uma pessoa colaboradora seja - o ambiente de trabalho tem impacto direto na produtividade, nas entregas e no sucesso dela. 

Quando falamos sobre a importância da retenção de talentos nas organizações, inúmeros imperativos vêm à mente. Afinal, fatores diversos podem influenciar a decisão de uma pessoa colaboradora na hora de escolher seguir ou não em determinada empresa.

Há alguns anos atrás, era mais fácil listar as razões para que talentos pedissem demissão - como melhores ofertas salariais, por exemplo. Hoje, as expectativas de pessoas candidatas em relação às empresas mudaram e os números mostram o clima e a cultura organizacional como o foco para estratégias de employer branding bem sucedidas.

Cultura organizacional, performance e retenção de talentos: números relevantes para o debate

Afirmar que uma cultura organizacional é tóxica pode direcionar o pensamento para casos mais graves de má conduta, como assédio sexual e discriminação. Afinal, são esses problemas de comportamento que têm ganhado espaço nas rodas de conversa. 

Pensar dessa forma é comum, mas não é o único caminho para que exista uma cultura tóxica. Muitas vezes, as questões problemáticas atreladas à cultura organizacional não se tratam de condutas tão explícitas, e já fazem parte intrínseca da estrutura de determinadas empresas.

De acordo com Brigette Hyacinth, autora do livro O Futuro da Liderança, uma cultura organizacional tóxica “cria um ambiente em que as pessoas se sentem assustadas, intimidadas e, muitas vezes, dispostas a prejudicar colegas”. Neste cenário, as equipes não se sentem seguras para dividir, até mesmo, vulnerabilidades e desafios associados ao trabalho.

Segundo Hyacinth, os impactos vão além da falta de apoio. Clima e cultura organizacional tóxicos, a longo prazo, paralisam a força de trabalho, diminuem a produtividade das pessoas colaboradoras e sufocam a criatividade e a inovação.

Não à toa, um estudo recente feito pelo MIT Sloan Management Review mostra que uma cultura tóxica no ambiente de trabalho aumenta 10,4x a probabilidade de pessoas colaboradoras deixarem a empresa. Ainda olhando para o ranking dos motivos que levam ao aumento de turnover, salários baixos aparecem em 16º lugar.

Dentro dos dados levantados, 3 fatores se destacaram na estrutura das organizações consideradas “tóxicas”:

  • Falha na promoção da diversidade, equidade e inclusão;

  • Sentimento de desrespeito por parte das equipes;

  • Ocorrência de má conduta e problemas de comportamento internos.

a importância da retenção de talentos nas empresas

Em um mercado cada vez mais vigilante e competitivo, a cultura organizacional é fator determinante para reter pessoas colaboradoras.

4 sinais de uma cultura organizacional tóxica para ficar no radar

A importância da retenção de talentos nas organizações é clara quando consideramos a grande concorrência pelo mercado de talentos, que está cada vez mais vigilante em relação a sua saúde mental.

Ainda que o tema esteja cada vez mais em debate, os números atrelados ao estresse no trabalho vêm aumentando desde 2019 - o que reforça a urgência de novas estratégias de employer branding, que vão além do discurso para fomentar bem estar e segurança psicológica dentro das empresas. 

Em um grupo de 1.500 pessoas, 3 em cada 5 afirmam que o estresse no trabalho faz com que elas percam o interesse, a motivação e a energia com suas demandas. 79% delas, inclusive, afirma ter experienciado esses sentimentos no mês anterior à pesquisa.

Reconhecer que o problema com culturas tóxicas é muito comum, e mais próximo de nós do que imaginamos, é essencial para reter e atrair talentos. Mais do que isso, para garantir que seus potenciais sejam usados de forma positiva no dia a dia.



Duas taxas podem ser consideradas pela área de Recursos Humanos na hora de avaliar a satisfação das pessoas colaboradoras, com o objetivo de entender o que gera desmotivação, falta de engajamento e ocorrência de conflitos internos.

Altas taxas de turnover: 

A taxa de turnover está ligada à rotatividade de pessoas colaboradoras na empresa - isto é, quantas são desligadas ou pedem demissão.

Quando esses números são altos, é necessário direcionar esforços para diagnosticar o que está errado ou causando insatisfação entre as equipes.

Altas taxas de absenteísmo:

Este é um forte indicador de que os times estão inseridos em uma cultura tóxica. Basicamente, a taxa de absenteísmo se refere ao índice de ausência das pessoas colaboradoras - seja por falta ou atraso.

No entanto, depois de olhar para aspectos quantitativos, é indispensável levar em consideração fatores comportamentais ou atrelados à gestão de equipes. Existem aspectos qualitativos no ambiente de trabalho que justificam o crescimento dessas taxas, e são estes pontos que devem estar no centro das estratégias de employer branding.Nesse sentido, conduzir uma pesquisa de clima organizacional também pode trazer respostas em relação à satisfação das equipes e como elas percebem a empresa naquele determinado momento.

Por isso, aqui vão 4 sinais de que o clima e cultura organizacional do seu ambiente de trabalho estão caminhando para um cenário tóxico:

Valores conflituosos entre equipes: 

É fundamental que os valores do negócio estejam alinhados com as equipes. Para que isso aconteça, as comunicações internas devem trazer clareza às regras, que traduzem e reforçam esses valores na prática, no cotidiano de trabalho.

Busque responder alguns questionamentos:

- Quais pilares a minha empresa coloca como parte intrínseca de seu negócio?

- Como isso se traduz em comportamentos no dia a dia?

- Que postura a minha empresa assume diante de condutas como assédio, discriminação e racismo?

Quando todas as equipes trabalham no dia a dia com clareza dos tipos de conduta valorizados e incentivados naquele ambiente de trabalho, menores são as chances de conflitos.

Microgerenciamento e cobrança em excesso: 

O microgerenciamento, em excesso, gera ansiedade e estresse no ambiente de trabalho. Práticas como a definição de prazos pouco realistas e metas intangíveis aumentam a pressão sobre os times, tirando sua autonomia e flexibilidade.

Um exemplo muito comum que gera o desequilíbrio entre o profissional e o pessoal é a sobrecarga de funções. Grandes quantidades de demandas e pouco limite de horário para realização do trabalho leva profissionais ao esgotamento com muita frequência.

Foco em encontrar pessoas culpadas e em punições: 

Um ambiente de trabalho saudável deve prezar pelo espaço de aprendizado - e isso considera a margem para que erros aconteçam. Uma abordagem de punição constante, ao invés do incentivo e do encorajamento à melhoria das equipes, gera conflitos problemáticos no ambiente de trabalho.

Falta de reconhecimento e feedbacks: 

Um ambiente de trabalho no qual a troca de feedbacks é estimulada e promovida com frequência permite o crescimento da pessoa colaboradora, além de mostrar o comprometimento da empresa com o seu desenvolvimento. Mostrar de que forma o trabalho daquela pessoa caminha em conjunto com os objetivos da organização é importante para que ela se mantenha motivada. Dessa forma, o aumento na produtividade é natural.

clima e cultura organizacionais tóxicos

Altas taxas de turnover e absenteísmo apontam para pontos de atenção no clima e cultura organizacionais.

O que a sua equipe tem a dizer sobre a cultura organizacional?

Acredite, sua equipe tem muito a dizer sobre o ambiente de trabalho. Criar um canal de comunicação com as pessoas colaboradoras que seja transparente é essencial para estabelecer um clima e cultura organizacional de confiança dentro das empresas.

A importância da retenção de talentos precisa estar no radar da gestão de Recursos Humanos, já que os comportamentos no dia a dia - por menores que sejam - são responsáveis por construir um ambiente de trabalho tóxico. Os impactos de uma cultura disfuncional podem ser nítidos para as pessoas colaboradoras, mas essa estrutura não se consolida da noite para o dia.

Tomar medidas proativas para que exista um espaço de diálogo evita que problemas com desvios de conduta se consolidem nas estruturas da organização. As ferramentas certas, quando implementadas de maneira efetiva, permitem que as lideranças mapeiem pontos de atenção internos e tracem estratégias de employer branding mais assertivas.


 
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