Como a performance do seu time pode estar sendo afetada pelo assédio moral
O assédio moral no ambiente de trabalho, infelizmente, é uma prática comum. Embora o assunto não seja novidade, o debate sobre esse tipo de comportamento está cada vez mais em foco.
Não à toa, o mercado de trabalho tem se moldado por meio do movimento das empresas em voltarem esforços para o bem estar de suas equipes. A força por trás disso é o reconhecimento de que uma força de trabalho saudável e engajada entrega melhores resultados.
Como identificar assédio moral no trabalho
O que caracteriza o comportamento é a repetição de ataques a uma pessoa colaboradora, com o objetivo de excluir, humilhar, desestabilizar ou até mesmo forçar um pedido de demissão.
Expor uma pessoa a situações constrangedoras no ambiente de trabalho nem sempre é uma conduta fácil de ser detectada. Principalmente quando se torna um comportamento tolerado e entendido como parte da cultura organizacional.
Seja no cenário virtual ou presencial, o assédio moral no trabalho é crime e acontece de diferentes formas. São algumas práticas comuns:
Fazer acusações;
Insultar, criticar constantemente;
Espalhar boatos e fofocas;
Ameaçar;
Recusar ou dificultar a comunicação;
Promover o isolamento;
Humilhar publicamente;
Micro gerenciar ou supervisionar o trabalho de forma insistente.
Assédio moral, saúde mental e a performance do time
As consequências do assédio moral vão além da vida profissional da pessoa colaboradora. Existe uma relação evidente entre ambiente tóxico de trabalho e o risco de doenças físicas e psicológicas das equipes.
Um exemplo atual é o burnout, oficialmente incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID) a partir de janeiro de 2022. Trata-se de um estado de exaustão vital relacionado ao trabalho.
Esse esgotamento aparece como reflexo de estresse e tensão, associados a demandas ou metas excessivas. Casos de assédio moral têm muita influência no desenvolvimento da condição e nos seus desdobramentos.
Sintomas como falta de concentração e atenção crônica, baixa autoestima, lapsos de memória, irritabilidade, insônia e desânimo são comuns em pessoas que apresentam a síndrome de burnout. Como consequência direta, a produtividade das pessoas colaboradoras tem queda drástica.
Além disso, quando as equipes sentem que não existe espaço para opinar e dar ideias, oportunidades importantes de inovação se perdem. O clima de rivalidade torna o ambiente cada vez mais desgastante, criando uma necessidade constante de “fuga” por parte das pessoas como forma de se proteger. O reflexo é um crescimento das taxas de absenteísmo e turnover.
Quando o problema se mostra enraizado na cultura organizacional, são claros os impactos para os resultados da empresa como um todo.
Passos para combater o assédio moral
Além de saber identificar a prática de assédio moral em ambientes de trabalho, é importante que as lideranças saibam combatê-lo ativamente. Se colocar à frente dos desvios de conduta é importante para que não se tornem intrínsecos à cultura organizacional.
Proteja as equipes de qualquer tipo de retaliação
Em uma pesquisa realizada pelo Vagas.com com mais de 5 mil pessoas, 47,3% já sofreu com o problema de comportamento. Deste grupo, a maior parte (39,4%) não fez nenhum relato sobre os acontecimentos por medo de perder o emprego.
Relatar situações de desconforto e má conduta não é fácil, ainda mais com o envolvimento de temas sensíveis como o abuso de poder. Quando a pessoa sente que sua carreira está em jogo, o cenário é ainda pior.
Neste caso, é essencial que a liderança assuma uma posição de acolhimento e proteção a pessoas colaboradoras que vivenciam situações de assédio. É importante garantir que não existe a possibilidade de retaliação e se apoiar em políticas sérias.
Divulgue o Código de Ética e Conduta de forma acessível
Antes de relatar, a pessoa colaboradora precisa ter certeza de que será levada a sério e sua denúncia será investigada, se necessário.
As políticas contra desvio de conduta e ética da empresa devem ser divulgadas entre as equipes de forma clara. Isso inclui processos e medidas de responsabilização das pessoas envolvidas.
O Código de Ética e Conduta define as regras que concretizam os valores de uma empresa, norteando o padrão de comportamento que deve ser seguido pela equipe e pelos stakeholders. Nele, fica claro o que não é aceitável dentro do ambiente de trabalho.
Aqui, você encontra um material gratuito preparado pela SafeSpace com um passo a passo para criar o seu Código de Ética e Conduta, passando por boas referências no desenvolvimento do documento até apoio no processo de divulgação interna dele.
Invista em transparência na sua comunicação
O canal de denúncia é uma ferramenta essencial para criar uma cultura de confiança e segurança. Um canal ético, que priorize a usabilidade e a comunicação acessível, torna a experiência dos times muito mais fácil na hora de relatar casos de assédio moral.
A plataforma da SafeSpace oferece a opção de criar relatos nominais ou anônimos, assim como um chat em tempo real que conecta a vítima às pessoas responsáveis pela apuração. Dessa forma, o medo de retaliação deixa de ser um impeditivo na hora de relatar..
Além disso, desenvolvemos o Connect, funcionalidade na qual a pessoa colaboradora escolhe deixar seu relato pausado. Este só será enviado sob a condição de que faça parte de um padrão, isto é, caso seja feita outra denúncia contra a mesma pessoa.
Considerando que casos de assédio moral nunca acontecem de forma isolada, o Connect ajuda as empresas a detectar esses padrões de comportamento de forma mais ágil, facilitando o processo de investigação e mediação. Ao mesmo tempo, testemunhas e vítimas sentem mais segurança ao verem que não estão diante do problema sozinhos.
A escuta como ponto chave para uma postura proativa
O assédio moral precisa estar dentro das discussões internas da sua empresa. Falar sobre o problema e assumir uma postura vigilante em relação a condutas desse tipo abre espaço para um diálogo transparente e acolhedor.
Promover treinamentos que projetem cenários reais é uma forma de fazer com que as pessoas colaboradoras identifiquem padrões e apliquem os aprendizados em seus próprios contextos. As equipes podem ter muito a falar e criar canais para escutá-las mostra que as lideranças realmente estão prestando atenção.