A mulher no mercado de trabalho: por que sua empresa precisa conhecer essa história?

Os dados não mentem. A igualdade de gênero no mercado de trabalho ainda é algo a ser alcançado. De acordo com um relatório do Fórum Econômico Mundial de 2019, se a evolução das pautas relativas à participação das mulheres no mercado de trabalho seguir no mesmo ritmo, isso só será alcançado em 2276.

Se você chegou a esse artigo, pode estar se perguntando: o que a minha empresa tem a ver com isso? A resposta é simples: sua empresa desempenha um papel fundamental na resolução desse problema. 

Criar meios para reduzir as diferenças e oferecer mecanismos que tornem a presença das mulheres no mercado de trabalho mais garantida e segura é uma necessidade que se relaciona diretamente com a solução para o problema. 

Atualmente, existem legislações específicas, como a Lei 14.457, que regulamentam medidas nesse sentido. Entre elas, está a obrigatoriedade de as empresas oferecerem treinamentos sobre assédio e um canal de denúncias com a possibilidade de envio de relatos anônimos.   

Mas tudo isso depende de empresas e, principalmente, setores de RH comprometidos com a diversidade e a inclusão, assim como um esforço para garantir que o abismo que separa homens e mulheres no mercado de trabalho seja superado. 

Preparamos este artigo para mostrar como a história das mulheres no mercado de trabalho sempre foi marcada por desafios e por resistência. Enquanto os homens sempre tiveram seu espaço garantido, coube às mulheres lutar para conquistar direitos e independência. 


 

401 - 1301 | Na Era Medieval ser livre significava ser homem

Rainha de Sabá mulher no mercado de trabalho

Rainha de Sabá: um símbolo de beleza, amor, paz e alguém que se esforçou na busca de conhecimento. Já para os etíopes, ela é uma verdadeiro ícone.

Vamos começar a linha do tempo explicando que a mulher trabalha desde os primórdios da raça humana, porém o seu trabalho sempre foi dentro de casa. Trabalhar, para uma mulher na era medieval, significava  preparar  refeições, dar atenção às pessoas enfermas, limpar  espaços compartilhados, entre outras tarefas da casa. 

Não existe relato histórico de que as mulheres escolheram isso para si. Essa sempre foi uma imposição vinda das figuras masculinas que usavam de sua força física para manter tudo funcionando conforme queriam. Então o primeiro trabalho da mulher na sociedade foi o do cuidado (trabalho esse que permanece até os dias atuais).

Vale citar ainda que durante parte da Era Medieval as figuras femininas que não se rendiam às tradições impostas pelos homens foram perseguidas e consideradas feiticeiras ou bruxas. Existiu até um manual para caça a essas mulheres, que acabou levando milhares delas para a fogueira. 

O panorama da época no Brasil: No Brasil, no período chamado de Pré-Cabralino (antes da chegada de Pedro Álvares Cabral), a mulher indígena era tratada de forma diferente dentro da comunidade, apesar de também realizar o trabalho do cuidado nas aldeias. Os costumes variam de acordo com as etnias, mas os povos indígenas que viviam no Brasil não precisavam de um sistema econômico, portanto os trabalhos necessários eram divididos de acordo com a idade, a habilidade e o sexo biológico da pessoa.

Revolucionárias: Rainha de Sabá



 

1301 a 1601 | A depreciação do período Renascentista: os anônimos são mulheres

Após o final do período medieval formou-se um tipo de núcleo econômico familiar na qual as mulheres dividiam seu tempo entre trabalhar fora e dentro de casa, contanto que mantivessem seus afazeres domésticos em dia. Acontece que aquelas que se sujeitavam a trabalhar fora, não podiam ter seus nomes publicados e a maior parte do trabalho exercido por mulheres nessa época passou a ser nomeado como “autor fantasma” ou “autoria anônima.”

Por conta dessa desvalorização, muitas não podiam comprovar suas habilidades e tinham remuneração inferior  A mão de obra feminina era explorada para gerar maior retorno financeiro. Portanto, nesse contexto, a mulher foi incluída no mercado de trabalho mas em condições míseras.

Lente interseccional: Quando falamos sobre a entrada da mulher no mercado, de quais mulheres estamos falando? Será que todas as mulheres tiveram as mesmas oportunidades? Os livros de história em sua maioria se referem àquelas consideradas vindas de boas famílias e que eram consideradas boas para casar. Mas a mulher pobre sofria de forma mais severa o contraste dos privilégios masculinos pois como não casavam precisam recorrer a prostituição ou ao crime para ter algum tipo de sustento.

O panorama da época no Brasil: No Brasil a realidade que vivíamos nessa época era a de invasão e colonização. As mulheres indígenas passaram a exercer o trabalho de escravas. A distinção de funções seguia a cultura europeia de manter a mulher no trabalho do cuidado porém não se atendo apenas a isso. Elas passaram a fazer também boa parte do trabalho manual empregado também aos homens.

Revolucionárias: Joana D’arc

 

1601 a 1700 | O campo intelectual do Século: As parteiras eram homens

No campo do intelecto, os avanços das ciências cresciam mas a participação feminina era negada. A maior parte das mulheres não tinha o direito de aprender a ler, escrever, estudar e se profissionalizar. Até o século XIX (1800 - 1900) não existiam registros de mulheres frequentando universidades. 

O resultado dessa diferença é que até trabalhos que antes eram liderados por mulheres, como realizar o parto de bebês que vinham ao mundo, foram tomados por homens, já que eles passaram a se tornar estudiosos. O trabalho da parteira foi substituído pela obstetrícia - setor exclusivo à figura masculina na época.

O panorama da época no Brasil: A mão de obra escrava passou a incluir a mulher negra trazida da África como parte da força para fazer o trabalho de cuidado e também o trabalho manual junto às mulheres indígenas. O trabalho era exaustivo, podendo chegar a 20 horas por dia. As mulheres de famílias Europeias tinham o papel de engravidar e gerar crianças descendentes de povos europeus para povoar o país.

 

1701 a 1800 | A revolução francesa e a revolução feminina

Olympe de Gougues mulher no mercado de trabalho

Olympe de Gouges

Insatisfeitas com as desigualdades de gênero, algumas mulheres passaram a se rebelar e expor a situação precária que a figura feminina vivia. Figura importante para a época foi a de Olympe de GOUGES, mulher que contestava as crenças sociais e propôs a criação de uma “Declaração dos direitos femininos” como complemento à já existente “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão''. O resultado? Olympe foi sentenciada à morte na guilhotina em 1739 sob a acusação de ter deixado de lado os “benefícios do seu gênero” e tentar ser um homem de Estado.

Revolucionárias: Olympe de GOUGES, a pioneira do feminismo que foi parar na guilhotina.



1801 a 1900 | Revolução Industrial: O capitalismo deveria ajudar. Mas quem?

Após o período da revolução, o capitalismo  trouxe novas consequências para a esfera feminina. As fábricas surgiram junto ao desenvolvimento da tecnologia e as mulheres passaram a trabalhar dentro do setor fabril em atividades compatíveis com as que exerciam dentro de casa. Ou seja, elas “podiam” trabalhar porém com o trabalho do cuidado, servindo comida e limpando os espaços

As condições de trabalho eram degradantes e a remuneração sempre inferior à dos homens. Uma das justificativas masculinas para tal diferença é de que não havia a necessidade de mulheres ganharem mais pois elas tinham quem as sustentasse. No caso, os próprios homens.

Neste momento as ideologias socialistas se consolidaram, de modo que o movimento feminino pela luta de direitos se fortificou como um aliado do movimento operário. Nesse contexto aconteceu a primeira convenção dos direitos da mulher em Seneca Falls, Nova York em 1848. Também em Nova York, em 1857, aconteceu o movimento grevista feminino que, reprimido pela polícia, resultou num incêndio que ocasionou a morte de 129 operárias no mês de Março.

Lente interseccional:  Quando olhamos para o panorama da mulher negra no Brasil no século XIX as condições eram ainda mais desiguais. O papel da mulher negra e indígena foi afetado de forma mais profunda pois eram obrigadas a gerar filhos de quem não queriam para aumentar a mão de obra escrava. Eram privadas de conviver com quem amavam, alugadas para amamentar filhos que não eram seus e obrigadas a carregar o trabalho de cuidar da casa junto às mulheres brancas?. As meninas mais novas eram obrigadas a trabalhar oferecendo seus corpos aos senhores de engenho.

É importante entender diante deste cenário que mulheres brancas buscavam seu direito de independência e igualdade social e financeira enquanto mulheres negras e indígenas eram mão de obra de trabalho pesado sem remuneração. Esse aspecto não pode ser ignorado uma vez que a libertação dos corpos femininos pela luta de gêneros na época não visava a libertação de corpos negros, portanto parte da população feminina era ainda mais inferiorizada.

Esta situação só começou a mudar em 1871, com a Lei do Ventre Livre que tirava das mulheres negras a necessidade de engravidar para fazer nascer mais mão de obra escrava e oferecendo o mínimo de segurança a família destas mulheres.

O panorama no Brasil: As mulheres negras e indígenas precisavam trabalhar ainda que de forma clandestina para garantir o sustento de suas famílias. As principais funções exercidas eram por meio de prestação de serviços e comércio de alimentos.

O engajamento feminino pelo direito de votar ocupou espaços importantes, como a imprensa. No final do século XIX, um jornal escrito por mulheres (brancas) foi criado no Rio de Janeiro com o nome de A Família. O foco das publicações desse jornal eram artigos que fizessem a defesa do sufrágio feminino.

Revolucionárias: Maria Quitéria (1823) - Primeira mulher no Exército Brasileiro; Maria Firmina dos Reis (1859) - Primeira autora Negra no Brasil; Elizabeth Blackwell (1821) - Primeira mulher a se tornar médica; Arabella Mansfield (1869) - primeira mulher a se tornar advogada.

Arabella Mansfield mulher no mercado de trabalho

Arabella Mansfield foi primeira mulher a se tornar advogada

Maria Firmina dos Reis mulher no mercado de trabalho

Maria Firmina dos Reis foi a primeira autora Negra no Brasil

Elizabeth Blackwell mulher no mercado de trabalho

Elizabeth Blackwell foi a primeira mulher a se tornar médica

Maria Quitéria mulher no mercado de trabalho

Maria Quitéria, a primeira mulher a entrar no Exército Brasileiro

 

1901 a 1920 | A chegada do século XX: O sexo feminino não é biologicamente inferior

A luta das mulheres pela diminuição da assimetria na relação com os homens ganhou impulso na virada dos séculos 19 e 20 e se estendeu ao longo de todo o século passado. O ápice aconteceu na década de 1960, marcado por uma ampla revolução no âmbito dos costumes. Datam dessa época movimentos femininos como o NOW - National Organization of Women, comandado pela norte-americana Betty Friedan, e obras como "O Segundo Sexo", da filósofa francesa Simone de Beauvoir, que demonstra que a hierarquia entre os sexos não é uma fatalidade biológica, mas uma construção social.

Revolucionárias: Marie Curie (1903) - Primeira a ganhar um prêmio Nobel; Movimento grevista pelo direito das mulheres e massacre onde 120 morreram queimadas numa fábrica; Simone de Beauvoir

É pelo trabalho que a mulher vem diminuindo a distância que a separava do homem, somente o trabalho poderá garantir-lhe uma independência concreta.
— Simone de Beauvoir
 

1921 a 1930 | As leis são para todas as pessoas?

As leis trabalhistas começam a surgir e com a redução da jornada de trabalho para 44 horas semanais a mulher pode encontrar algum tipo de descanso e reparo uma vez que, além do trabalho em condições insalubres e desrespeitosas também precisavam exercer o trabalho do cuidado em suas casas.

Alzira Soriano mulher no mercado de trabalho

O panorama da época no Brasil: Em 1923 as mulheres conquistam o direito de votar por força do movimento sufragista, motivadas pela força de revolução feminina que preenche a história global naquela década. Desde essa época só era considerada pessoa cidadã aquela que votava, portanto este foi um grande passo em direção a busca por direitos trabalhistas.

No Rio Grande do Norte a primeira mulher tomou posse de um cargo político eletivo. Isso se deu em 1928, quando Alzira Soriano  venceu a eleição para a prefeitura de Lages com  60% dos votos e foi empossada como prefeita em 1º de janeiro de 1929.

 

1931 - 1970 | O entretenimento do ego 

Com a chegada das leis trabalhistas e com inúmeras revoluções tecnológicas e a chegada do entretenimento, alguns grupos de mulheres, em países específicos, encontraram espaço nas telas de cinema, na música e nos programas de televisão. Mas a maior parte dos papéis ofertados eram como serventes aos homens, fosse representando uma escrava sexual ou uma mulher “bela, recatada e do lar”.

Mas a realidade mais comum da época era a de famílias pobres, em que o trabalho dos homens não era suficiente para sustentar a casa e muitos deles estavam lutando na guerra. Por essa realidade, a mulher partiu para o mercado de trabalho como empregada, lavadeira, cozinheira, cuidadora de idosos, telefonistas e secretárias ou dentro dos comércios. Mas não pense que a realidade foi florida para elas. 

Os assédios e preconceitos se tornaram  constantes e o corpo feminino era infinitamente sexualizado. O salário para as mulheres chegava a ser 70% menor do que o dos homens na época.

Fe del Mundo mulher no mercado de trabalho

Lente interseccionalAs mulheres negras e indígenas não eram bem vistas no mercado de trabalho. Muitas vezes até pelas mulheres brancas. Em fábricas ou empresas onde o número de mulheres em postos de trabalho eram grandes, era habitual ver espaços divididos entre mulheres brancas e não-brancas. Porém a  possibilidade de conseguir trabalho nestes lugares, não sendo branca, era ainda menor. Dentro desse contexto as trabalhadoras menos favorecidas eram tidas como profundas ignorantes, irresponsáveis e incompetente, tidas como seres irracionais e as mulheres de classes sócias médias e altas, eram vistas como menos racionas que os homens.


Revolucionárias
: Sirimavo Bandaranaike (1960 - Sri Lanka) - Primeira mulher a se tornar chefe de Estado; Fe Del Mundo (1936) - Primeira mulher a entrar em Harvard

 

1970 a 2000 | O feminismo veio para ficar

Katharine Graham mulher no mercado de trabalho

Katharine Graham foi primeira mulher a se tornar CEO

Ainda nos anos setenta, com a expansão da economia, a urbanização crescente e a industrialização em ritmo acelerado favoreceram a entrada de muitos trabalhadores, inclusive mulheres. A partir daqui o movimento feminista passou a tomar proporções mundiais fazendo com que os papéis sociais da figura feminina fossem contestados e forçados a ressignificação. 

O ano de 1975 foi decretado pela ONU como “Ano Internacional da Mulher” e pouco a pouco a ideia de que a mulher represetava o sexo frágil passou a desagradar. No mercado de trabalho, primeiro as mulheres tiveram que atuar nos batalhões da base ou linhas de produção e depois foram subindo lentamente na linha hierárquica.

Revolucionárias: Aretha Franklin (1987) - Primeira mulher a entrar para a Calçada da Fama; Katharine Graham (1972) - primeira mulher a se tornar CEO.

 

2000 a 2019 | Avante, mulheres!

Com a globalização e o crescimento econômico no mundo todo, o mercado de trabalho expandiu de forma que, sem a participação de todas as pessoas, a engrenagem não funcionaria. Muitas mulheres passaram a sustentar suas famílias, trabalhar em diferentes áreas do mercado e possuir os próprios planos de carreira. 

Porém, as dificuldades encontradas ainda apareciam de forma expressiva. Em 2018, o rendimento médio das mulheres foi 20,5% menor do que o dos homens nos mesmos cargos. E embora tenham passado a trabalhar de forma remunerada, isso não as isentou do trabalho doméstico. Afinal, geralmente são elas as responsáveis por limpar a casa, lavar as roupas, cuidar dos filhos etc. De acordo com pesquisa do IBGE, as mulheres gastam o dobro do tempo dos homens em atividades domésticas. Enquanto eles gastam em média 10,9 horas por semana, as mulheres gastam 21,3 horas.

Revolucionárias: Stacey Cunningham (2018) - Primeira mulher a presidir a bolsa de Valores de NY

 2020 e 2021 | Novo normal? As mulheres esperam que não

A pandemia causada pelo novo coronavírus alterou as relações de trabalho e o mundo precisou se ajustar. Muitas empresas precisaram diminuir seu quadro de pessoas colaboradoras, outras tiveram que fechar as portas. Infelizmente essa é uma realidade em que todos nós acabamos convivendo. Acontece que para a figura feminina o impacto foi ainda maior. O desemprego afetou mais o gênero feminino durante a pandemia: já são mais mulheres fora do mercado de trabalho do que dentro, o maior recuo nos últimos 30 anos. A saúde mental delas também foi mais afetada: 50% das mulheres brasileiras declararam depressão ou ansiedade em 2020.

É muito importante ressaltar ainda que as mulheres são 70% da força de trabalho da saúde e do setor social (o mais afetado pela pandemia). Ou seja, o sexo feminino é maioria na linha de frente contra a Covid-19. 

O que fica de reflexão para todo mundo sobre a mulher e o trabalho: dupla ou tripla jornada - são mães, chefes de família, ganham menos, ainda tem a obrigação social de cuidar da casa, tornaram-se as principais responsáveis por cuidar de outras pessoas enfermas, o número de assédios e abusos nos espaços de trabalho aumentou no mundo online e ficou ainda mais mascarado e a violência doméstica contra elas ganhou força.

Lente interseccional: A lacuna da diferença social ficou mais evidente durante a pandemia, principalmente no Brasil. A primeira pessoa vítima de Covid-19 que faleceu era uma mulher, negra, empregada que foi contaminada pelos moradores da casa em que trabalhava. Mais de um ano de pandemia passou e a realidade não mudou. Enquanto muitas pessoas já sofriam com o temor da pandemia e o isolamento social, mulheres negras e pobres não foram dispensadas de seus trabalhos como diaristas, empregadas e babás. Precisam lidar com o trajeto dentro do transporte público, a diminuição do salário (que já é baixo no Brasil), o aumento do serviço - afinal as famílias estão ficando em casa.

No dia internacional da mulher, a SafeSpace quer parabenizar a todas pelo caminho percorrido.

Fizemos essa análise necessária e que, de tempos em tempos, precisa ser revisada. Acreditamos que o lugar da mulher no mercado de trabalho e no mundo já avançou e ainda tem muito para avançar. Conheça alguns exemplos:

Muitas conquistas foram alcançadas, mas isso não significa que é hora de afrouxar a busca por direitos iguais para todos os gêneros. É hora de todas as pessoas se manterem o engajamento e fortalecimento desta luta e além dos parabéns, oferecer suporte e respeito.

Programa Emprega Mais Mulheres: um avanço necessário

Desde março de 2023, todas as empresas com uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio (CIPA) precisa atender às diretrizes da Lei nº 14.457, que instituiu o Programa Emprega Mais Mulheres. A ação tem o objetivo de garantir o aumento da inserção e manutenção das mulheres no mercado de trabalho.

Uma das principais mudanças na lei da CIPA foi determinada pelo inciso II do artigo 23 da lei, que estabelece a “fixação de procedimentos para recebimento e acompanhamento de denúncias, para apuração dos fatos e aplicação de sanções administrativas aos responsáveis diretos e indiretos pelos atos de assédio sexual e de violência, garantido o anonimato da pessoa denunciante”.

Ou seja, todas as empresas que possuem uma CIPA são obrigadas por lei a implementar e disponibilizar um canal de relatos anônimo para que não haja “prejuízo dos procedimentos jurídicos cabíveis”. Com isso, pretende-se criar um ambiente de trabalho seguro e sadio para todos, especialmente para as mulheres, que são os alvos mais frequentes de situações envolvendo assédio sexual e moral, o que prejudica sua permanência no mercado de trabalho. 

Outras adequações para contribuir para a conscientização da equipe e divulgação do canal de relatos são:

  • inclusão de regras de conduta a respeito do assédio sexual e de outras formas de violência no código de conduta e ética empresarial;

  • divulgação ativa do código de conduta para toda a equipe de colaboradores;

  • inclusão de temas relacionados à prevenção e ao combate ao assédio nas atividades da CIPA;

  • realização de treinamentos e capacitação para as pessoas colaboradoras, independentemente do nível hierárquico sobre violência, assédio, igualdade e diversidade no âmbito do trabalho. No mínimo, uma vez por ano.

Para que as mudanças gerem o efeito necessário, é necessária uma ferramenta segura e confiável, que ajuda no recebimento e acompanhamento de relatos, para que seja possível traçar ações efetivas de responsabilização e combate ao assédio e outras formas de violência.

Com o Canal de Escuta da SafeSpace, sua empresa pode ter um canal de relatos funcionando em até 15 dias, para ficar em conformidade com a lei. 


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