As melhores práticas de Compliance para o RH

A palavra Compliance vem do inglês “to comply”, que significa “estar em conformidade, cumprir, obedecer''. Nas empresas, a principal atribuição da área é garantir que leis e regulamentações vitais sejam aplicadas e seguidas com a finalidade de mitigar riscos financeiros e de reputação.

O papel do Compliance nas organizações ainda é muito associado às ideias de políticas, “proibições” e fiscalizações. A complexidade desses temas, muitas vezes, faz com que os processos da área pareçam inacessíveis - ou apenas desinteressantes - para as outras equipes. 

Uma tendência latente é abordar temas relacionados à área de forma mais amigável e horizontal. Para a estratégia de qualquer negócio, é muito importante derrubar as barreiras criadas pelo “juridiquês” e educar a organização em relação ao funcionamento e ao valor entregue pelo Compliance.

Construir uma cultura de conformidade significa colocar a ética como responsabilidade de todas as equipes, atravessando cada processo, tarefa e decisão dentro de uma empresa. É aí, então, que a Gestão de Recursos Humanos assume um papel essencial. Neste artigo, vamos entender as interseções entre os dois setores e suas importâncias.

O papel do profissional de Ética na Gestão de Recursos Humanos

Embora existam exemplos de boas práticas de conformidade na gestão de Recursos Humanos, nem sempre essa relação é conduzida da melhor forma. Em muitas empresas, os esforços da área de RH e de Compliance são afetados por “disputas de território” ineficientes - em especial quando o assunto é lidar com conflitos e desvios de conduta internos. 

É interessante pensarmos a atividade do Compliance sob a ótica de gestão de cultura e comportamentos. A forma como a área se responsabiliza pelo cumprimento de regras e procedimentos internos define condutas que devem ou não ser encorajadas no ambiente de trabalho. Esse conjunto de medidas é o que transforma a visão e os valores de uma empresa em ações práticas.

Seguindo a mesma lógica, o RH é protagonista na efetivação e manutenção dessa estratégia. Nenhuma outra área corporativa tem mais pontos de contato com as pessoas colaboradoras, o que abre portas para que práticas de Compliance se disseminem de forma orgânica, e se tornem pilares da Cultura Organizacional. 

Recrutamento e seleção, contratação, onboarding, avaliações de desempenho, conversas de feedback, promoções, mediação de conflitos, investigações, rescisões e entrevistas de desligamento – a gestão de Recursos Humanos está presente durante todo o ciclo de uma pessoa dentro da empresa. Cada um desses processos deve ser enxergado como ponte para integrar pilares de conformidade, de forma estratégica.

Compliance e RH: pontos de encontro estratégicos entre as áreas

Comunicação interna

Normalmente, a comunicação interna - ou endomarketing - de uma empresa é de responsabilidade do RH. Essa é uma atribuição que garante a transmissão de informações com clareza entre as equipes.

Sendo assim, a área assume papel estratégico no esforço de tornar alguns temas abordados pelo Compliance mais acessíveis no ambiente de trabalho. Isso inclui:

  • Incentivar a participação em treinamentos periódicos;

  • Eliminar o estigma sobre temas sensíveis;

  • Divulgar o Canal de Denúncia e Escuta como ferramenta segura;

  • Comunicar equipes sobre os processos de apuração de relatos e mediação de conflitos;

  • Comunicar medidas de responsabilização em relação a problemas de comportamento;

  • Disseminar o Código de Conduta e Ética e seus desdobramentos no dia a dia.

Gestão estratégica de pessoas

Quando existe transparência em relação às condutas esperadas por parte das equipes, a empresa mostra compromisso com a segurança e o bem estar interno. Por isso, para as lideranças de Recursos Humanos, práticas de Compliance aparecem como ferramenta para melhorar a cultura organizacional e refinar processos: 

Fortalecimento do Recrutamento e Seleção:

Em processos seletivos, as equipes têm mais sucesso na hora de avaliar o fit cultural de pessoas candidatas, o que é essencial para formar times de alta performance.

Além disso, o clima organizacional fortalece a imagem de marca empregadora da empresa. Isso significa uma vantagem competitiva relevante na hora de atrair e reter os talentos do mercado.

Aumento de produtividade nas equipes:

Quando todas as áreas trabalham com uma compreensão clara dos requisitos de conformidade, as chances de aumentar a produtividade dos times e evitar violações são maiores. Isso acontece porque suas equipes trabalham sem preocupações com desvios éticos e de conduta.

Diminuição das taxas de absenteísmo e turnover: 

Esses são problemas comuns em organizações com culturas organizacionais disfuncionais. Conflitos internos, falta de comunicação e transparência e abusos de poder são alguns dos fatores que aumentam as taxas de falta e demissão dentro das empresas.

O RH como peça chave na construção de uma Cultura de Compliance

As portas de entrada que a área de Recursos Humanos têm com o resto da empresa independe de setores e níveis de hierarquia. Essa acessibilidade, se usada de forma estratégica, garante a efetividade de programas de Compliance como forma de melhorar a Cultura Organizacional.

É preciso enxergar a oportunidade em educar equipes para olhar além da ideia de “políticas” e “regulamentações” quando o assunto é conformidade legal. Assim, as pessoas colaboradoras têm as habilidades necessárias para lidar com as complexidades do ambiente de trabalho e os processos de gestão de Recursos Humanos ganham mais eficiência.


 
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