6 características de ambientes de trabalho tóxicos

Assédio moral no trabalho é considerado crime desde 2019, sendo definido como ofensa reiterada à dignidade de alguém, causando-lhe dano ou sofrimento físico ou mental, por conta do exercício de emprego, cargo ou função.

A saúde mental e emocional das pessoas colaboradoras desempenha um papel fundamental no bem-estar geral e no desempenho das empresas. Infelizmente, mesmo tendo consciência disso, muitas organizações enfrentam o desafio de lidar com ambientes tóxicos, nos quais as relações e as condições de trabalho se tornam negativas.

Esse problema se manifesta de diferentes formas: desde a presença de comportamentos abusivos, como assédio, discriminação e intimidações, até a falta de apoio e reconhecimento da gerência ou sobrecargas excessivas de trabalho. 

Em todo caso, cabe ao RH promover ações e políticas para evitar que o clima organizacional se deteriore e abra espaço para comportamentos inadequados. Uma cultura nociva resulta em excesso de estresse, absenteísmo, aumento nas taxas de turnover, queda na produtividade e performance da equipe. 

As consequências de um ambiente de trabalho tóxico atingem a vida pessoal dos profissionais, resultando em condições como depressão e burnout. 

Reconhecer os sinais que caracterizam um ambiente tóxico permite que medidas sejam tomadas antes que o problema evolua.. Entenda como identificar e enfrentar este problema.


 

Conheça as principais características de ambientes tóxicos 

Um ambiente de trabalho tóxico é caracterizado por condições e dinâmicas que prejudicam o bem-estar, o desempenho e a saúde das pessoas colaboradoras. Geralmente, percebem-se comportamentos e atitudes negativas e destrutivas por parte de colegas, gestores e lideranças.

Locais de trabalho com essas características geram efeitos extremamente negativos para a saúde mental das pessoas colaboradoras, que passa a ser prejudicada não só dentro da organização, mas também fora dela.

Segundo uma pesquisa da Society for Human Resource Management, 30% dos profissionais sentem que a cultura da organização os deixa irritáveis também quando estão em suas casas.

Um ambiente de trabalho tóxico costuma ter pessoas colaboradoras:

  • Desmotivadas;

  • Desengajadas;

  • Improdutivas.

Evidentemente, é papel de toda companhia prezar pelo bem-estar da sua equipe. Somado a isso, a presença de valores negativos na cultura organizacional gera diminuição do rendimento, afastamento de profissionais, turnover, processos trabalhistas, entre outros problemas que afetam a imagem e a lucratividade do negócio.

Felizmente, existem meios para evitá-los e corrigi-los. Mas antes de falar sobre eles, é preciso ter capacidade de  identificar os sinais característicos dos ambientes tóxicos. 

São eles:

Competitividade excessiva

Um ambiente de trabalho positivo é aquele em que integrantes da equipe podem contar com seus colegas para superar desafios, aprender com perspectivas diferentes e cooperar em prol dos mesmos objetivos. Isso não é possível se houver competitividade excessiva.

Muitas vezes, o senso de competição parte da própria gestão, que acredita que isso incentiva as pessoas a serem mais produtivas. Contudo, as consequências podem ir para conflitos e isolamentos que prejudicam todo o ambiente. 

Lembre-se: Colaborar gera melhores resultados que competir.

Desentendimentos constantes

Presenciar ou fazer parte de desentendimentos constantes com colegas é um dos principais sinais de que você trabalha em um ambiente tóxico. Essa cultura conflituosa costuma partir da falta de confiança mútua e compromete a capacidade de cooperação do time.

Inclusive, esse tipo de má conduta pode ser fruto do excesso de competitividade, que faz as pessoas ficarem umas contra as outras. Também é possível que essa seja uma consequência da falta de canais de comunicação corporativos adequados.

Má comunicação

Uma comunicação clara, empática e assertiva é imprescindível para o bom relacionamento entre membros da equipe e lideranças. Nos ambientes tóxicos, ela tende a ser confusa ou mesmo insuficiente. Isso gera desentendimentos, falhas e conflitos entre profissionais.

Os sinais desse problema são diversos. Eles incluem abordagens passivo-agressivas, pouca clareza sobre as demandas e metas, falta de escuta entre as partes, contatos fora do horário de trabalho, abordagens diferentes entre colegas, etc.

Alta rotatividade de colaboradores

Evidentemente, bons talentos não desejam permanecer em um ambiente tóxico no trabalho. Uma rotatividade muito elevada na sua companhia pode indicar problemas culturais. Uma pesquisa da Korn Ferry demonstra bem essa lógica. 

De acordo com o levantamento, 32% das pessoas abandonam seus empregos para se livrar de culturas tóxicas. Outros 28% o fazem por ter lideranças ruins. Dos que permanecem, 28% ficam por achar seu trabalho recompensador. Outros 26% por ter ótimos colegas e gestão.

Bullying corporativo

Encontrar colegas nos corredores e ter tempo para conversar sobre a rotina é algo positivo e que fortalece os laços entre a equipe. Contudo, é preciso ter cuidado para que os comentários não sejam direcionados a pessoas específicas ou situações que não os dizem respeito.

Se o bate-papo se transforma em fofoca, com boatos maldosos e invasivos sobre outras pessoas colaboradoras, configura-se o bullying. Além de ser devastador para as vítimas, esse tipo de situação compromete os relacionamentos no time e torna os ambientes tóxicos para as vítimas.

Líderes com influência negativa

Em muitas situações, as pessoas tóxicas no ambiente de trabalho são aquelas que lideram. Claro que a cobrança por demandas e metas deve existir. Entretanto, isso precisa ser feito levando-se em consideração o  apoio e o zelo por uma cultura organizacional harmoniosa.

Ao abusar da autoridade, fazer cobranças excessivas ou fomentar comportamentos nocivos, as lideranças influenciam negativamente o local. 

Você também pode se interessar:

O papel do RH na prevenção e gestão de ambientes tóxicos 

Considerando os pontos citados acima, o RH tem a responsabilidade de identificar e lidar com toda situação ou comportamento que tenha potencial de criar cenários tóxicos para os profissionais.

Seu papel é manter uma cultura de respeito. Ela deve ser pautada em uma comunicação aberta e transparente, no reconhecimento das pessoas colaboradoras e com foco no bem-estar da equipe.

Nesse sentido, as melhores formas de como lidar com um ambiente de trabalho tóxico a partir do setor de Recursos Humanos são:

Incentive a comunicação interna

Muitos conflitos começam quando profissionais trocam informações de maneira desencontrada, equivocada ou fora do tom esperado. Por isso, o primeiro passo para o RH combater ambientes tóxicos é promover melhorias na comunicação da empresa, como:

  • Reuniões periódicas de alinhamento;

  • Ações de integração entre os setores;

  • Dinâmicas de conversação para o compartilhamento de experiências;

  • Implementação de melhores canais de comunicação interna.

Reconheça os esforços dos colaboradores

Além de incentivar a boa comunicação e ouvir as demandas das pessoas colaboradoras, também é essencial criar meios para exaltar seus esforços. Afinal, o senso de reconhecimento pesa muito na consolidação de uma cultura harmônica.

Isso pode ser feito durante as dinâmicas de contato interpessoal que citamos acima ou nas trocas de feedbacks que explicaremos adiante, por exemplo. Outra alternativa é o RH implementar programas de incentivo, oferecendo benefícios e recompensas de acordo com as metas atingidas por toda a equipe.

Considere o bem-estar dos funcionários

Lembre-se que os ambientes tóxicos se caracterizam por comprometer a qualidade de vida dos seus integrantes. Assim, para combatê-los, é preciso promover o bem-estar das pessoas nas empresas. 

Para isso, o RH deve estimular práticas de autocuidado, promover dinâmicas focadas na saúde física e mental e até oferecer benefícios, como academias ou psicólogos. Junto disso, é imprescindível garantir um bom equilíbrio entre a vida profissional e pessoal do time, investindo em tendências de trabalho com horários e locais flexíveis.  

Desenvolva uma cultura de feedbacks

Por fim, desenvolver uma cultura de feedbacks faz toda a diferença para ouvir o que as pessoas colaboradoras têm a dizer. Isso demonstra que as lideranças se importam com o seu desenvolvimento de todos na companhia.

Assim, cria-se um espaço seguro para que os integrantes digam suas percepções sobre o ambiente, sejam reconhecidos pelo seu rendimento, tenham suas questões de melhorias apontadas com clareza e consigam potencializar sua performance de maneira mais eficaz.

Essa ferramenta de gestão organizacional é essencial para combater ambientes tóxicos, tornando-os mais éticos, seguros e inclusivos. Para saber mais sobre sua importância e como implementá-la, baixe agora o ebook: “Segurança Psicológica e Cultura de Feedback”.



 
Anterior
Anterior

Como denunciar assédio no trabalho?

Próximo
Próximo

Quebrando estigmas sobre favela, racismo e mercado de trabalho com Mateus Fernandes