Inclusão de A a Z: o que é equidade, etarismo e estigma social

o que é equidade, etarismo e estigma social

Ouvimos cada vez mais pessoas falarem sobre Diversidade e Inclusão de diversos pontos de vista, e a discussão chegou no mundo corporativo com força. Um novo mercado de D&I está se formando como reflexo dos avanços sociais que estamos vivendo e é necessário estar por dentro desta mudança. 

Além da chegada das novas gerações, que traz novos ideais para o cenário, movimentos como o #metoo e o #blacklivesmatter fomentaram esta discussão a nível global. Empresas começaram a entender que não existe mais espaço para culturas organizacionais não inclusivas, mas é essencial que a mudança venha de dentro para fora. 

Assim como tudo que é novo e propõe desconstruções, é normal que dúvidas surjam. Práticas de Diversidade e Inclusão, por exemplo, trazem para o dia a dia alguns termos que não eram comumente usados. Pensando nisso, a SafeSpace criou o dicionário “Diversidade e Inclusão de A a Z”, que pode ser baixado gratuitamente. Em um só material, você encontra várias definições que vão te ajudar muito neste aprendizado.

Por aqui, todo mês vamos explorar algumas palavras que estão por lá. Assim, além de saber seus significados, você pode entender suas aplicações na prática. Na edição de hoje trouxemos 3 termos que compõem a letra E do dicionário: equidade, etarismo e estigma social. Boa leitura!

Equidade

De acordo com o dicionário tradicional, equidade significa “uma disposição para reconhecer imparcialmente o direito de cada um”. Em outras palavras, define-se por um senso de justiça social no qual as características e necessidades individuais de uma pessoa são levadas em consideração.

É importante traçar a diferença entre equidade e igualdade. O segundo termo, que é um dos pilares da cidadania, tem como base a universalidade, isto é, a ideia de que todos devem ser regidos pelas mesmas regras e ter os mesmos direitos.

Nesta lógica, o princípio da igualdade ignora as diferenças que existem entre os indivíduos para propor um tratamento igualitário, enquanto a equidade adapta uma norma geral a situações, cenários e necessidades específicas. 

Um exemplo de como isso se aplica no mercado de trabalho é a abertura de vagas afirmativas em processos seletivos, abrindo posições em empresas exclusivamente para grupos minoritários. Essa iniciativa, cada vez mais recorrente, desempenha um papel muito importante no combate à desigualdade social, buscando corrigir lacunas históricas.

É esta a proposta da equidade: dar ferramentas específicas para cada demanda individual, garantindo que pessoas com menos recursos não sejam desfavorecidos ou fiquem em desvantagem. 

Etarismo

Etarismo é o termo usado para descrever atos de discriminação e preconceito por idade. Podendo também ser chamado de ageísmo, com origem na palavra age (idade, em inglês), acontece quando uma pessoa se sente desfavorecida ou minimizada por sua faixa etária. 

Levando o conceito para o ambiente de trabalho, é uma vertente que tem pouca atenção no universo da Diversidade e Inclusão, porém é mais comum do que parece. De acordo com a Maturi, plataforma de recolocação e desenvolvimento profissional para pessoas com mais de 50 anos, o preconceito vai além da idade. São estereótipos ligados à cultura que essa pessoa estava inserida, às oportunidades geracionais.

Pessoas idosas, por exemplo, são menos consideradas para posições de emprego que envolvem habilidades tecnológicas do que jovens, uma vez que estes já cresceram na era digital.

Um estudo da consultoria PwC com a Fundação Getúlio Vargas estima que 57% da força de trabalho no Brasil terá 45 anos ou mais em 2040. Pensando nisso, as empresas devem levar em consideração este pilar nos seus esforços de D&I, afinal, o problema deixa de fora do mercado uma parcela muito relevante da população.

Mas, vale reforçar: o problema não acontece apenas com pessoas mais velhas. Muitas vezes, jovens sofrem com etarismo também, tendo suas ideias desconsideradas ou não levadas a sério.

Estigma social

Entende-se por estigma social, um conjunto de características, comportamentos e hábitos que, normalmente, não são adotados e praticados pelos grupos sociais dominantes culturalmente. 

A sociologia conceitua o termo como uma classificação que um grupo dá a outro, atribuindo a ele uma ideia excludente e marginalizada. É, de forma mais simples, tudo aquilo que não se adequa ao padrão cultural imposto pela sociedade, manifestando diferenças de forma preconceituosa e estereotipada. 

Dessa forma, é preciso analisar estigmas dentro de contextos sociais. Um comportamento ou característica pode ser visto como “inadequado” para uma sociedade, enquanto para outra faz parte da ideia de “certo”, “dominante”. 

Mergulhando ainda mais na palavra, um caso muito marcante no mercado de trabalho é a falta de oportunidades que pessoas com transtornos mentais enfrentam. Empresas devem prestar atenção ao peso que os estigmas sociais têm na hora de fazer uma nova contratação. Uma pessoa com diagnóstico de bipolaridade, por exemplo, em plena condição de exercer determinada função, pode ser desconsiderada em um processo seletivo por preconceito da pessoa empregadora. 


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