4 livros sobre racismo que todas as pessoas brancas deveriam ler

Afinal, o racismo é um problema social causado principalmente por pessoas brancas. Estudar é o primeiro passo para se tornar uma pessoa aliada ao antirracismo.

A repercussão dos protestos antirracistas que aconteceram nos EUA após o assassinato de George Floyd teve um efeito transformador - nas expectativas mercado, nas redes sociais, no posicionamento das empresas por diversos países.  

Se posicionar é importante, mas não é suficiente. Diferente do que muitas pessoas pensam, o racismo não se limita somente a agressões explícitas de algumas pessoas. Precisamos entender que quando falamos sobre racismo, estamos falando sobre todas as pessoas brancas, independente de posição política. Trata-se de um sistema.

Nos Estados Unidos, no Brasil, no mundo — todas as pessoas brancas se beneficiam diariamente do mesmo racismo institucionalizado. Isso é reflexo de uma sociedade construída em torno do privilégio do homem branco. É preciso ir muito além da ideia simplista de que “racismo é não gostar de pessoas negras”. 

O movimento antirracista ganha força quando a pessoa branca reconhece sua responsabilidade nesta construção. Uma forma de começar a fazer isso é estudar e entender de que forma o racismo está enraizado em ações, pensamentos e decisões no dia a dia. 

Em especial, se levarmos a reflexão para o mundo corporativo, ainda há muito trabalho a ser feito. Deve partir do esforço individual de cada pessoa colaboradora buscar informação acerca da temática, mas é dever da liderança incentivar e promover o debate sobre como prevenir preconceito no trabalho, como reduzir vieses inconscientes, e etc.

Pensando nisso, compilamos uma lista com dicas de livros que podem servir como um bom ponto de partida, trazendo perspectivas diferentes sobre o racismo estrutural.

Por Que Eu Não Converso Mais Com Pessoas Brancas Sobre Raça

 
 
Livro-Por-que-eu-nao-converso-mais-com-pessoas-brancas-sobre-raca

“Por que eu não converso mais com pessoas brancas sobre raça” traz a perspectiva analítica e o sentimento de uma pessoa negra ao precisar explicar sobre racismo para pessoas brancas.

Esse livro é um “spin-off” de um blog post que a jornalista inglesa Reni Eddo-Lodge escreveu sobre a frustração que sentia ao discutir sobre racismo com pessoas brancas, que não estavam dispostas a realmente ouví-la. 

O post, intitulado ‘Por que eu não converso mais com pessoas brancas sobre raça', viralizou nas redes sociais com comentários de outras pessoas negras que manifestaram  experiências e sentimentos parecidos.

Dessa forma, o texto virou inspiração para um livro que, por meio de análises de eventos históricos, políticos e pessoais, ensina a ver, reconhecer e combater o racismo estrutural.

"Não posso mais ter essa conversa, porque geralmente a abordamos de lugares completamente diferentes. Não consigo conversar com pessoas brancas sobre detalhes de um problema se elas nem reconhecem que problema existe. A balança está muito desequilibrada a favor delas". *tradução livre

 
Livro Então você quer conversar sobre raça

“Então você quer conversar sobre raça” de Ijeoma Oluo responde perguntas sobre como pessoas brancas devem fazer sua parte e interferir em situações de racismo na prática.

Esse livro, escrito pela autora norte-americana Ijeoma Oluo, comunica a dimensão da opressão racial que existe na nossa sociedade. 

O conteúdo é estruturado com base nas perguntas mais comuns que as pessoas brancas fazem (ou querem fazer e não conseguem) sobre racismo: como chamar atenção de um familiar que fez uma piada racista? Acabaram de me chamar de racista, o que eu faço agora? E se eu falar sobre racismo de um ‘jeito errado’?

Pode ser um excelente material para lideranças que buscam como prevenir preconceito no trabalho e reduzir vieses inconscientes, por meio de uma comunicação mais eficiente com suas equipes.

 

Quem tem medo do feminismo negro?

Livro Quem trem medo do feminismo negro?

Djamila Ribeiro fala sobre intersecção de gênero e raça de uma forma simples de entender em “Quem tem medo do feminismo negro”.

Nesse livro, a filósofa Djamila Ribeiro questiona por que o feminismo negro ainda incomoda tanto as pessoas brancas. Ela conta histórias da sua vida e trajetória acadêmica e, por meio delas, traz reflexões sobre interseccionalidade, políticas de cotas raciais e discriminação religiosa.

“…ao falar de mulheres, devemos sempre nos perguntar de que mulheres estamos falando. Mulheres não são um bloco único — elas possuem pontos de partida diferentes.”

 
Livro Como ser antirracista

“Como ser antirracista” de Ibram X. Fendi completa a lista de livros iniciais que toda pessoa branca deve ler sobre racismo.

“Ou somos racistas ou somos anti-racistas, não existe meio termo” *tradução livre

A partir da evolução do próprio autor como pessoa antirracista, Ibram X. Kendi, o livro ajuda a repensar vários estereótipos e ‘verdades’ associadas à raça, tanto dentro do nosso espaço pessoal quanto em termos de instituições. 

É mais uma narrativa que se aplica às empresas que buscam entender como prevenir preconceito no trabalho, em especial ao reduzir vieses inconscientes.

A mensagem forte que fica é que ‘não ser racista’ é pouco na sociedade em que vivemos. Existem pessoas racistas, aquelas que reproduzem ideias racistas sem se opor, e pessoas antirracistas, aquelas que se movimentam e agem  para desconstruir ideias discriminatórias ativamente.

 

Se posicionar é importante, mas não é suficiente

A primeira lição a ser tirada de diálogos sobre racismo é que pessoas negras não têm a responsabilidade de ensinar, explicar e desconstruir o tema para as outras.Por isso, uma movimentação antirracista deve partir de uma postura ativa de buscar informações e reconhecer privilégios. Tanto das pessoas em suas individualidades, quanto inseridas em grupos e equipes - como é o caso do ambiente de trabalho. 

É muito importante que as empresas se posicionem como aliadas à luta antirracista em todas as suas frentes de atuação - desde o compromisso em fomentar o debate de como prevenir o preconceito no trabalho, passando por como reduzir veses inconscientes nas contratações, até criando um espaço seguro e ético que proteja pessoas colaboradoras de condutas inapropriadas.

Manual de Estratégias Antirracista para empresas

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