7 dicas para inclusão de pessoas trans no trabalho
As discussões sobre gênero e sexualidade não poderiam ser mais atuais. Nos últimos anos, vimos muitas pessoas públicas, projetos e empresas surgirem com o objetivo de auxiliar em um dos maiores desafios deste século: inclusão e qualidade de vida aos recortes sociais excluídos dos privilégios básicos. Porém, aqui no Brasil, um dos países mais violentos contra as pessoas trans, ainda encontramos um mercado de trabalho formal bastante resistente à essa população.
Para combater essa realidade temos, por exemplo, o Programa Transcidadania e o Transempregos. O problema é que nem sempre esses locais de trabalho estão de fato preparados para incluir pessoas trans. Ainda há muitas dúvidas e talvez até mesmo você já tenha se perguntado o que poderia fazer para incentivar um espaço de trabalho mais inclusivo. Por isso, no mês da visibilidade trans, a Nohs Somos, junto com a SafeSpace, elencou algumas dicas para te ajudar a construir uma cultura ainda mais inclusiva.
7 dicas para inclusão de pessoas trans no trabalho
1. Confidencialidade é tudo
46% das pessoas trabalhadoras LGBTI+ não saem do armário no ambiente corporativo, de acordo com o relatório Accelerating Acceptance de 2017. E isso não acontece à toa, afinal, podem sofrer preconceito e até mesmo uma demissão. Pessoas colaboradoras trans devem sempre ter a possibilidade de ter discussões sobre sua transexualidade em segurança. Garantir que informações sobre sua transição ou outra questão pessoal não sejam compartilhadas com outras pessoas - a famosa fofoca - é essencial. Apenas compartilhe o que você sabe de fato e foi autorizado a falar sobre.
2. Adote políticas trans-inclusivas
Sentir que você e seu trabalho são valorizados é essencial para ter um bom engajamento e desempenho no trabalho. Mostrar às pessoas colaboradoras que você se importa com elas é um meio de fazer isso acontecer. Permita o uso do banheiro com o gênero ao qual a pessoa se identifica, crie banheiros mistos, retire a obrigatoriedade de códigos de vestimenta pautados em gênero, respeite o nome social das pessoas trans, tanto no tratamento, quanto nos documentos e outras formas de identificação. Além disso, dê suporte quando alguma pessoa colaboradora anunciar sua transição, disponibilizando acompanhamento psicológico e, se possível, extensão de seguro médico necessário para esse processo. E lembre-se que nem todo processo de transição envolve necessariamente uma cirurgia, uma “escolha” de um gênero binário ou uma mudança de nome.
3. Escuta ativa
Exatamente por isso, a comunicação é um fator chave. Deixe a pessoa confortável para conversar sobre essas questões e escute-a sempre. Entenda suas perspectivas e necessidades, mantenha um clima tranquilo, mesmo que você não entenda sobre o assunto. A escuta ativa é um elemento crucial para que todas as pessoas sintam que seu espaço de trabalho é um ambiente seguro e cada vez mais livre de preconceitos.
4. Inclua alguém trans nas tomadas de decisão
Em especial quando desenvolver as políticas da sua empresa relativas às pessoas colaboradoras LGBTI+
Não cometa um erro básico que é excluir as pessoas que serão afetadas por essas políticas do processo de criação das mesmas. Isso poupará as pessoas colaboradoras de se estressar, perder tempo e dinheiro. Um bom caminho é a contratação de especialistas que podem te ajudar nisso.
5. Leve assédios a sério
Para garantir segurança e conforto, inclua no treinamento das pessoas colaboradoras temas como transfobia e assédio sexual no espaço de trabalho. Isso reforçará ainda mais a criação de um ambiente trans inclusivo. Uma boa opção também é a adoção de canais de denuncia, escuta e relatos dentro da sua empresa, como a SafeSpace oferece. Com essa ferramenta, as pessoas se sentem mais seguras em compartilhar experiências de má conduta que vivenciaram, sem medo de serem julgadas de forma preconceituosa.
6. Crie um espaço seguro e inclusivo: capacite-se
Não é necessário esperar uma pessoa trans chegar no seu espaço de trabalho para se educar sobre. O mesmo vale para outras minorias. Um ambiente trans inclusivo deve ser acolhedor para outras pessoas também. Tente imaginar, antes mesmo de contratar pessoas trans, como elas se sentiriam naquele ambiente de trabalho. Entenda se é um espaço livre de generalizações, estereótipos e outros tipos de preconceitos. Para isso é necessário estudar sobre a temática e fazer questão de que colegas ou pessoas colaboradoras façam o mesmo, mantendo sempre um tom educado e didático ao abordar o tema.
7. Não espere que pessoas trans te eduquem
A inclusão trans ainda é um tema novo para muita gente. Porém, é problemático esperar que todas as pessoas trans sejam também educadoras. Ter que responder a várias perguntas, algumas vezes invasivas ou discriminatórias, pode ser bastante estressante.
Nesse sentido, uma alternativa é buscar apoio externo sobre Diversidade & Inclusão no ambiente de trabalho. A Nohs Somos oferece soluções em diversidade, como serviços de educação corporativa, planejamento estratégico de D&I, consultoria com análise, diagnóstico e plano de ação D&I, que podem facilitar esse trabalho!
Ainda temos muito a avançar no que tange à inclusão de pessoas trans no trabalho. Porém, aos poucos e de forma conjunta, vamos aprendendo a criar ambientes cada vez mais acolhedores.
Quer uma última dica para incentivar a inclusão trans no trabalho? Este questionário gratuito ajuda a identificar o panorama de Diversidade e Inclusão na empresa a partir da percepção das pessoas colaboradoras. Leve ele às lideranças de RH ou Compliance da sua empresa.